Perda de direitos: Luta deve ser mundial

A ofensiva patronal sofrida pelos trabalhadores na Mercedes-Benz na Alemanha vai se estender às demais fábricas no país, inclusive à Volkswagen. Para piorar, ela acontece em um momento em que o governo, apesar de se dizer de centro-esquerda, adota posições claramente neoliberais e favoráveis aos empresários. O Ig Metall, sindicato dos metalúrgicos alemães, promete reagir, mas a melhor maneira de enfrentar o ataque é formar uma rede mundial de trabalhadores.

Estas opiniões foram manifestadas ontem por Wolfgang Schulz, presidente do Ig Metall em Wolfsburg, importante cidade industrial da Alemanha, que reuniu-se com a representação dos trabalhadores na Volks, em São Bernardo. Ele estava acompanhado de Mannoel Galinier, Frank Patta e Berd Osterloch, todos eles também dirigentes do Ig Metall.

Schulz revelou que as pressões não são apenas para aumentar a jornada de 35 para 40 horas, sem aumento de salários, pois há empresários que querem jornadas de 50 e até 60 horas, também sem reajuste. E a principal ameaça dos patrões é que se os companheiros não aceitarem as propostas, eles mudam as fábricas para outros países, fechando os postos de trabalho na Alemanha.

Por isso, Schulz e seus colegas aproveitaram para debater com o pessoal na VW São Bernardo a formação da rede mundial de trabalhadores.

“O que acontece nas empresas com matriz na Alemanha repercute em todo o planeta por culpa da globalização desigual que vivemos. Assim, a reação dos trabalhadores também deve ser organizada pensando o mundo todo”, concluiu.