Perseguição a sindicalistas: PM prende três dirigentes em Sorocaba

Sebastião Costa de Albuquerque é membro do Comitê Sindical (CSE) na Index, fábrica de tornos em Sorocaba, foi demitido arbitrariamente em agosto.

Apesar de inúmeras negociações, não há acordo para sua volta. Ontem, o Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba decidiu colocá-lo para trabalhar.

Segundo Ademilson Terto da Silva, diretor do Sindicato, houve uma assembléia e em seguida Sebastião entrou na fábrica e trabalhou por duas horas.

A surpresa foi a chegada de nada menos que 12 camburões da PM que entraram na Index com a costumeira truculência.

Dirigentes de vários sindicatos na região estavam lá e entraram juntos. O resultado é que tanto Sebastião como outros dois companheiros do Sindicato dos Papeleiros de Sorocaba saíram presos.

“A orientação do governo Alckmin para a PM é bater em sindicalistas”, disse Terto. “É um absurdo o aparelho do Estado ser usado descaradamente pelo patrão”, emendou José Lopez Feijóo, presidente do nosso Sindicato.

Para o dirigente, a agressão reforça sua convicção de que há uma ação orquestrada da elite e de forças conservadoras para reprimir o movimento sindical.

Químico acampa por seu emprego

O delegado sindical Antônio Bezerra da Silva, está acampado há duas semanas na Pertech, na avenida Piraporinha, lutando por sua reintegração. Desde o último dia 7, quando começou o acampamento, o Sindicato dos Químicos do ABC faz um tipo diferente de manifestação. O protesto foi batizado de “Kinder Ovo”. Hoje haverá distribuição de bananas em alusão ao desrespeito da empresa à organização no local de trabalho.

Para o sindicato, a demissão de Silva tem motivação política. Ele foi demitido sob alegação de reestruturação, mas os trabalhadores acusam a empresa de persegui-lo na tentativa de acabar com a representação sindical.