Perseguição política: Nova ofensiva para criminalizar sem terra

Ministério Público gaúcho pede a dissolução do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Trata-se de nova ofensiva para criminalizar os movimentos sociais.

Entidades sindicais e
sociais denunciaram que
setores conservadores, com
ajuda da grande imprensa e
de parte da Justiça, tentam
novamente criminalizar as
ações e as lideranças do Movimento
dos Trabalhadores
Rurais Sem Terra (MST).

Desta vez, a ofensiva
ocorre no Rio Grande do
Sul, onde o Ministério Público
pediu a dissolução do
MST, sob a acusação de que
lideranças do movimento
têm ligações com narcotraficantes.

Documento do MP
gaúcho pede a proibição
de qualquer deslocamento
de trabalhadores sem-terra,
além da desativação de todos
os acampamentos.

Na semana passada,
senadores da Comissão de
Direitos Humanos foram
até o procurador geral da
Justiça, Mauro Renner, para
dizer que o documento
passava por cima de pacto
internacional assinado pelo
Brasil e contrariava apuração
do Ministério, que não
viu ligações entre o MST e
traficantes.

Truculência –
Essa posição do MP
gaúcho coincide com o
aumento da violência da
Brigada Militar (a PM gaúcha)
contra mobilizações do
movimento social.

No dia 11 de junho,
dezenas de pessoas foram
feridas por balas de borracha
e cassetetes por participarem
de ato pela reforma agrária.

Também em junho, a
Brigada dissolveu manifestação
que cobrava punição
aos políticos tucanos que
desviaram R$ 40 milhões
do Detran gaúcho.

No dia 8 de junho, cerca
de 750 policiais entraram
no acampamento montado
na cidade de São Gabriel,
em área já negociada com o
Incra, revistando todo mundo,
cortando os barracos e
jogando fora a comida.

Em protesto contra a
repressão policial, o MST
bloqueou durante uma dia
13 rodovias em cidades como
Viamão, Piratini e Santana
do Livramento.