Pesquisa da USP revela grande preconceito nas escolas

97% dos entrevistados mantêm distância de pessoas com deficiência e 94% têm preconceito racial. Tema será debatido no Roda de Conversa desta sexta-feira, na Sede

O preconceito e a discriminação são elementos presentes no ambiente escolar.

As pessoas com deficiência e os negros são quem mais sofrem.

A afirmação é de estudo da Faculdade de Economia da USP, a pedido do Ministério da Educação, feito em 501 escolas públicas com 19 mil estudantes, pais, professores e funcionários em todos os Estados.

A conclusão é que 99% dos entrevistados têm algum tipo de preconceito e mais de 80% gostariam de manter alguma distância social das pessoas com deficiência, homossexuais, pobres e negros.

Do total, 97% têm preconceito em relação às pessoas com deficiência e 94% em relação à raça. “A sociedade é preconceituosa, logo a escola também será”, afirma o responsável pela pesquisa, José Afonso Mazzon.

Roda de Conversa abordará o tema

Para o coordenador da Comissão de Igualdade Racial dos Metalúrgicos do ABC, Cláudio Teixeira, o Zuza, os dados da pesquisa confirmam o que quase todo mundo sabe e sente, mas que poucos têm coragem de assumir.

“O fato de vivermos numa diversidade multirracial não livra o Brasil de ser uma nação preconceituosa”, afirma.

Este será o foco do debate O Brasil tem preconceito de ter preconceito?, que a Comissão fará nesta sexta-feira (19), às 18h, na Sede do Sindicato, dentro do Roda de Conversa. Participam Zé Rodrigues, líder do quilombo de Ivaporanduva, Maurício Pestana, da Revista Raça, Maria Lúcia da Silva, da ONG Amma, e Celso Horta, do jornal ABCD Maior.

O grupo Sorriso Negro fecha o evento com uma roda de pagode.