Pesquisa Dieese: Desemprego diminui. Salário também
O desemprego na Grande São Paulo caiu pelo quinto mês seguido. Ele passou de 18,5% da População Economicamente Ativa (PEA) em julho para 18,3% em agosto, segundo pesquisa Fundação Seade-Dieese divulgada ontem. No ABC a taxa permaneceu estável em 18,1%.
Apenas nove mil trabalhadores deixaram o exército de desempregados porque 59 mil pessoas voltaram a procurar emprego, mas só 68 mil novas vagas foram abertas. Agora existem 1,836 milhão de desempregados na região.
Outro motivo é que aumentaram as horas extras. A jornada média semanal dos trabalhadores passou de 43 para 44 horas, além de aumentar a proporção dos que trabalharam mais do que 44 horas na semana.
Mesmo assim, o nível de emprego cresceu 0,8%. O número de contratados aumentou nos serviços (53 mil) e em outros setores (33 mil); permaneceu relativamente estável na indústria (4 mil) e, para surpresa geral, diminuiu no comércio (menos 22 mil).
Ano a ano
Em relação a agosto do ano passado, a taxa de desemprego diminuiu 8,5%, o que significa a contratação de 133 mil pessoas. Isso ocorreu porque os postos de trabalho abertos (321 mil) foram maiores que o número de pessoas que entrou no mercado de trabalho (188 mil).
O desemprego diminuiu também nas demais regiões metropolitanas onde a PED é realizada: Distrito Federal, Rio de Janeiro, Salvador, Recife e Belo Horizonte.
Renda cai. Precarização sobe
O salário dos trabalhadores em julho (pago em agosto) diminuiu 2% em relação a junho. Agora é R$ 1.047,00.
Decresceu também o número de assalariados sem carteira assinada (menos 1,3%) e permaneceu relativamente estável aquele com carteira. O contingente de autônomos aumentou 3,2%. Em outras palavras, tem mais gente empregada mas ganhando menos.
É um sinal preocupante da precarização do trabalho e de achatamento salarial.