Pesquisa Exame/Ideia mostra Lula na liderança com 44% dos votos e Bolsonaro com 36%
Vantagem do petista caiu de 11 para 8 pontos percentuais em relação ao último levantamento, em julho. Mas Bolsonaro continua sendo o candidato mais rejeitado
A pouco mais de um mês das eleições, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se mantém em primeiro lugar na corrida pelo Palácio do Planalto, com 44% das intenções de voto, de acordo com nova pesquisa do instituto Ideia, contratada pela Exame e divulgada nesta quinta-feira (25). O resultado é o mesmo do registrado no último levantamento, feito em julho. Mas a vantagem do petista caiu de 11 para 8 pontos percentuais em relação ao segundo lugar, ocupado pelo atual presidente Jair Bolsonaro (PL), com 36% dos votos.
Em relação à pesquisa anterior, o candidato à reeleição tinha 33% das intenções. O aumento, contudo, está no limite da margem de erro, que é de três pontos percentuais para mais ou para menos. Isolado em terceiro lugar, aparece o ex-governador Ciro Gomes (PDT), com 9% dos votos. Ele é seguido pela senadora Simone Tebet (MDB), que alcançou 4%. Os candidatos Pablo Marçal (Pros), Felipe D’Ávila (Novo) e Vera Lúcia (PSTU) tiveram 1% cada.
Os demais foram citados na pesquisa estimulada, quando são apresentados os nomes dos candidatos, mas pontuaram menos de 1%. Os votos brancos e nulos somam 2%. E indecisos, 3%.
Segundo turno
A pesquisa também simulou um eventual segundo turno entre Lula e Bolsonaro. O petista alcançou 49% dos votos contra 40% do candidato do PL. O resultado mostra estabilidade com relação ao último estudo, quando Lula tinha 49% e Bolsonaro 37%. As oscilações também estão dentro da margem de erro da pesquisa.
Para a pesquisa Exame/Ideia foram ouvidas 1.500 pessoas entre sexta (19) a quarta (24). As entrevistas foram feitas por telefone, tanto fixos residenciais quanto para celulares. O estudo também está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo de número BR-02405/2022.
Auxílios não mudaram cenário
O instituto buscou entender o impacto da chamada PEC dos Auxílios, também conhecida como PEC do Desespero, aprovada em julho pelo Congresso. O projeto é de autoria do Executivo que, às vésperas das eleições, criou uma série de benefícios sociais para reverter sua rejeição diante do eleitorado. As medidas são válidas até o fim do ano. Entre elas, está a ampliação do Auxílio Brasil, que passou de R$ 400 para R$ 600. No entanto, a pesquisa mostra que o benefício não mudou o cenário eleitoral, em favor de Bolsonaro, como era esperado pela campanha do presidente.
De acordo com o levantamento, não houve crescimento das intenções de voto nas classes D e E para o candidato à reeleição. Bolsonaro manteve 28% dos votos já registrados em julho. Lula segue como favorito entre essa parcela do eleitorado, mais sensível aos benefícios. O petista tem agora 54% da preferência, ante 56% que registrava há um mês.
O fundador do Ideia, Maurício Moura, também avalia que a aprovação do teto de 17% para a cobrança sobre o ICMS dos combustíveis, sancionado pelo Congresso, surtiu efeito apenas entre os eleitores que já declaravam votos em Bolsonaro. O mandatário ainda segue como o candidato mais rejeitado. Ao todo, 45% dos entrevistados responderam que não votariam no atual presidente de jeito nenhum. “O saldo da avaliação do governo Bolsonaro ainda é deficitário. E esse resultado tem impacto obviamente no potencial eleitoral dele. O teto de rejeição é maior do que o do ex-presidente Lula. Dessa maneira, continuo acreditando que vai ganhar quem tiver uma rejeição menor”, observa Moura.