Pesquisa mostra que rotatividade nos bancos reduz salário médio

Segundo levantamento, saldo é de 17 mil trabalhadores contratados de janeiro a setembro; em 2009, houve redução de 2 mil vagas

Entre janeiro e setembro deste ano, foram criados 17.067 postos de trabalho em bancos nacionais, segundo pesquisa realizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Neste período, foram admitidos 43.719 e demitidos 26.652 trabalhadores.

O estoque de empregos criados contrasta com os resultados no mesmo período em 2009, quando foram fechados 2.076 postos de trabalho. Para Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT, a geração de empregos é boa notícia para bancários que defenderam a bandeira em suas campanhas. “É sempre bom lembrar que em 2009, depois de uma greve nacional de duas semanas, assinamos acordo com o Banco do Brasil e com a Caixa Federal assegurando a contratação de 15 mil novos trabalhadores até meados de 2011”, disse.

No entanto, a categoria apresenta diminuição de 38,28% em média para trabalhadores admitidos (R$ 2.159,15) em relação aos dos desligados (R$ 3.498,38). Os maiores salários se concentram entre os desligados com 5,01 a 7,0 salários mínimos, sendo que as grandes admissões se concentram na faixa de dois a três.

Uma das causas analisadas pela pesquisa é a da alta rotatividade nas instituições financeiras. “Como nos períodos anteriores, esses dados demonstram que os bancos estão usando a rotatividade da mão-de-obra para reduzir custos, demitindo bancários com salários mais altos para substituí-los por trabalhadores com remuneração inferior”, afirmou Cordeiro.

Maioria entre os admitidos, as mulheres ainda ganham 27,75% menos do que os trabalhadores do sexo masculino. Segundo os dados da pesquisa, a mão-de-obra feminina recebe em média R$ 1.808,82, enquanto os homens já entram no banco recebendo o valor de R$ 2.503,58.

 

Da Rede Brasil Atual