Pesquisa mostra renda maior e consolidação da classe C

O aumento de renda livre para consumo da classe C, que abrange a maioria dos brasileiros, também chama atenção. Em 2005, era de apenas R$ 122, tendo subido para R$ 147 em 2007 e saltado para R$ 212 no ano passado

A renda dos consumidores brasileiros cresceu na passagem de 2007 a 2008. Segundo a pesquisa Observador Brasil da financeira francesa Cetelem – controlada pelo BNP Paribas – e o pelo Instituto Ipsos, a renda familiar média do brasileiro em geral cresceu 11%, ao passar de R$ 1.047 para R$ 1.162 no ano passado.

Houve aumento em todas as classes sociais, sendo que o maior avanço, de 16,5%, ocorreu nas classes A e B, em que a renda média atingiu R$ 2.586 em 2008. Na classe C, o aumento da renda foi de 13%, para R$ 1.201, enquanto nas classes D e E houve incremento de 12% na comparação anual, para R$ 650.

Todas as classes também apresentaram elevação na renda disponível para consumo, aquela que não envolve os gastos correntes das famílias. A melhor notícia veio das classes D e E, cuja renda disponível passou de R$ 22 em 2007 para R$ 69 em 2008. Quatro anos atrás, as contas dessa classe social fechavam no vermelho. “As famílias ficavam devendo todo mês. Hoje, a situação mudou e foi uma mudança em alta velocidade”, afirma Marc Campi, presidente da Cetelem, relembrando os dados de 2005 – primeiro levantamento realizado pela instituição – quando a renda disponível das classes D e E era de R$ 17 negativos.

O aumento de renda livre para consumo da classe C, que abrange a maioria dos brasileiros, também chama atenção. Em 2005, era de apenas R$ 122, tendo subido para R$ 147 em 2007 e saltado para R$ 212 no ano passado. Nas classes A e B, a renda disponível aumentou de R$ 506 em 2007 para R$ 834 em 2008, sendo que, quando a pesquisa teve início, o valor era de R$ 632.

Por outro lado, a pesquisa mostrou que a intenção de compra dos brasileiros nos itens avaliados sofreu uma redução em 2008. Em 10, dos 12 itens levantados, houve um menor percentual de pessoas que afirmou ter a intenção de consumo. “A cautela foi um pouco maior”, conclui Campi.

Apesar dos efeitos negativos da crise no comportamento do consumidor, Campi prevê que o impacto social da retração econômica no Brasil será pequeno. “A repartição das classes deverá se manter”, diz o presidente da Cetelem.

A pesquisa aponta para uma estabilidade da distribuição das classes por consumo em 2008. A classe C continua sendo a maior, representando 45% dos brasileiros, a A/B tem 15%, enquanto 40% dos consumidores do país pertencem às classes D e E. “A pirâmide social se manteve e isso mostra a consolidação da evolução, principalmente da classe C, ocorrida nos anos anteriores”, afirma Campi.

Do Valor Online