Pesquisa ONU: Emprego cresce, mas discriminação persiste

O Brasil apresentou melhora expressiva em indicadores importantes do mercado de trabalho, mas diminui pouco a exclusão social e econômica, principalmente em relação às mulheres e aos negros.
Apesar de representarem mais de 70% do mercado de trabalho, mulheres e negros ainda são discriminados.

É o que aponta o relatório Emprego, Desenvolvimento Humano e Trabalho Decente – A Experiência Brasileira Recente, divulgado ontem pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicíilios (Pnad), realizada pelo IBGE, o estudo demonstra que, em 2006, o rendimento médio real das mulheres não-negras era de R$ 524,60, enquanto o das negras era de R$ 367,20.

Já os homens negros receberam um rendimento médio de R$ 451,10, contra a remuneração de R$ 724,4 obtida pelos não-negros.

“No início da década de 2000 observamos uma oferta maior de emprego, uma geração maior de trabalho com carteira assinada, além de uma reversão da queda dos rendimentos obtidos com o trabalho. Isso ocorreu em um cenário de crescimento econômico. No entanto, ainda há uma distância significativa em relação à remuneração, considerando os fatores de raça e gênero, e isso não condiz com a condição de trabalho decente”, explica um dos responsáveis pelo estudo, Renato Baumann.