Pesquisa revela quem são as mulheres metalúrgicas do Estado de São Paulo

Biro e Rosi lançam a cartilha “Trabalhadoras em Luta”. Foto: Cleber Galindo

Elas têm o segundo grau completo, possuem de 16 a 24 anos de trabalho, se dividem entre a fábrica e os cuidados com a casa, ganham menos e trabalham mais. Este é perfil das mulheres dirigentes metalúrgicas do Estado de São Paulo, que foi divulgado na tarde de quinta, dia 7, no 6º Congresso da FEM-CUTSP, que termina nesta sexta na cidade de Atibaia, SP. O lançamento foi anunciado pela Secretária da Mulher da Federação, Rosimar Dias Machado (Rosi) que entregou aos 170 delegados  e delegadas a cartilha “Trabalhadoras em Luta”, que destaca as principais lutas e conquistas das mulheres metalúrgicas no mandato 2007-2011 da FEM-CUTSP. No Congresso, as mulheres metalúrgicas representam 20% do Plenário.

Participaram da mesa de lançamento a vereadora de Jacareí Rose Gaspar (PT), a presidenta  do Sindicato dos Metalúrgicos de Itaquaquecetuba, Viviane Souza, a diretora da CNM-CUT, Michele Ida, a diretora do Sindicato dos Municipais de São Paulo, Fátima Câmara, o presidente da FEM-CUTSP, Valmir Marques (Biro Biro) e o deputado estadual (PT-SP) e presidente da CNM-CUT, Carlos Grana. Elaborado pelo economista e técnico do Dieese da Federação, André Cardoso, o estudo entrevistou 44 dirigentes dos 14 sindicatos metalúrgicos filiados em todo o Estado.

O levantamento revelou que 44,7% são chefes de família, 36,8% possuíam ensino médio e a maior concentração delas  estão nos Sindicatos Metalúrgicos do ABC e de Taubaté, 50% do total. Na sequência, aparecem São Carlos e Salto. Constatou-se que 60,5% das diretoras estão ligadas às funções de produção na fábrica, já que estão nas áreas administrativas e de atividades-meio são de 13,2%.  “Elaboramos esta publicação que reúne as nossas principais lutas e conquistas das trabalhadoras metalúrgicas e os dados levantados nos ajudarão a desenvolver políticas que continuem sempre fortalecendo a luta das trabalhadoras, ajudando a combater o preconceito e a discriminação. Também será fundamental na sensibilização dos homens e das mulheres mostrando que esta luta é de todos e todas”, enfatizou Rosi.

Remuneração
A pesquisa com as sindicalistas mostrou que 61,6% que possuíam de 11 a 15 anos de casa recebiam menos de R$ 1.500, mostrando que o tempo de casa adicional não foi acompanhado por uma remuneração maior. Outro dado preocupante  que reforça a discriminação nas condições e oportunidades refere-se à promoção profissional,cerca de 47,4% nunca receberam promoção de cargo na fábrica.

Segundo Rosi, os dados reforçam que a nova Direção da FEM-CUTSP, que será eleita nesta sexta, dia 8, deverá implementar ações e políticas que combatam a discriminação salarial, exigindo igualdade de oportunidades nos locais de trabalho.

Mercado de trabalho
Embora, as mulheres metalúrgicas representem 15,5% do total de trabalhadoras no ramo em todo o Estado, a participação delas no mercado cresceu vertiginosamente em comparação aos homens no período de 2002 a 2009. “Constatamos uma alta de 68,31%, acima da dos homens que foi de 47,7%, disse o economista, André Cardoso.

O levantamento do Dieese mostra que a maior participação das mulheres metalúrgicas está no Grupo 2 (máquinas e eletrônicos) com 19,5%,  setor que tradicionalmente contrata mão de obra feminina. Logo em seguida vem a Estamparia  (18,4%). Já nas Montadoras e no Grupo de Fundição a participação feminina é de apenas 7,1% e 9,1% do total de trabalhadores.

Segundo Rosi, os dados reforçam que a nova Direção da FEM-CUTSP, que será eleita  nesta sexta, dia 8 no 6º Congresso da FEM, deverá implementar ações e políticas que combatam a discriminação salarial, exigindo a igualdade de oportunidades  entre homens e mulheres nos locais de trabalho.

Da FEM-CUT (Viviane Barbosa)