Pessoa com deficiência, uma questão de direitos humanos
Ministro Paulo Vannuchi participou de debate na noite da última quinta-feira na Sede do Sindicato
Crédito: Rossana Lana / SMABC
O ministro Paulo Vannuchi, da Secretaria de Direitos Humanos, voltou a defender que a situação das pessoas com deficiência seja tratada como uma questão de direitos humanos e não como de saúde ou assistência social.
“Existem cerca de 25 milhões de pessoas com deficiência no Brasil. É preciso criar um sistema em que elas sejam atendidas por quem gostar de fazer isso”, afirmou o ministro ao participar da palestra Cidadania e Acessibilidade para Todos, realizada no Centro Celso Daniel.
Para que isso aconteça, o ministro destacou a necessidade de as empresas e instituições adaptarem seus produtos, serviços e instalações.
Vagas no emprego
“O problema da acessibilidade começa com a barreira física”, afirmou Vannuchi. E lembrou os desafios que precisaram ser superados dentro do governo para que as construções do programa Minha Casa, Minha Vida tivessem um desenho universal, possibilitando a locomoção da pessoa com deficiência.
“Alegavam que as mudanças aumentavam muito os custos até que, colocados na ponta do lápis, descobrimos que o projeto encarecia apenas 3,5%”, comentou o ministro.
Outros desafios que ele apontou são fazer valer a lei de cotas no preenchimento das vagas de emprego e estimular a solidariedade por meio da educação inclusiva, colocando na mesma sala de aula as crianças com e sem deficiência. “A educação inclusiva é fundamental para as crianças sem deficiência, é uma lição de vida”, concluiu.
Torturadores devem dizer onde estão restos mortais
Durante o ato, o ministro Paulo Vannuchi disse que a colaboração dos agentes das forças de repressão da ditadura é fundamental para esclarecer o destino dos militantes políticos que desapareceram durante o regime militar.
Vannuchi comentou que só os agentes militares e civis da repressão poderão contar onde estão os corpos ou como eles foram destruídos.
“A questão chave é que não conseguimos convencer as pessoas que participaram da repressão a contar onde estão os restos mortais dos desparecidos políticos”, disse. “Só assim vamos saber se os corpos foram, por exemplo, mutilados ou jogados no mar”, afirmou.
Para o ministro, o Brasil só vai completar seu processo de reconciliação democrática quando as famílias souberem o que aconteceu com seus entes queridos.
Ossadas
Vannuchi classificou de buscar agulha no palheiro o trabalho feito no mês passado no Cemitério da Vila Formosa, na capital.
“A equipe que procurava os restos mortais de militantes desaparecidos encontrou em uma grande vala milhares de ossadas em avançado estado de decomposição, a maioria de pessoas cujas famílias não puderam pagar túmulo individual”, revelou o ministro.
Da Redação