Pessoal na Kostal mostra disposição de luta por bom acordo de campanha salarial

Se houver necessidade, trabalhadores promoverão ações de pressão para garantir reposição da inflação e aumento real

Os trabalhadores na Kostal, de São Bernardo, aprovaram ontem por unanimidade a disposição de lutar e conquistar um bom acordo de campanha salarial, inclusive promovendo ações de pressão se houver necessidade.

Sem um bom reajuste salarial eles vão para a guerra, de acordo com a vontade demonstrada
durante a assembleia realizada pela manhã.

Moisés Selerges, coordenador de base em São Bernardo, lembrou que os patrões colocam dificuldades em todas as situações para não enfiar a mão no bolso.

“Quando tem crise eles alegam que não é o momento de aumentar salários. Quando não tem eles dizem que precisam reduzir custos para não perder competitividade. De qualquer forma, só com luta vamos fazer um bom acordo”, afirmou.

Para ele, os trabalhadores não podem abrir mão da reposição da inflação e do aumento real, além de garantir na convenção a inclusão da cláusula da licença maternidade de 180 dias, que já foi conquistada na Kostal.

Ana Nice, do Coletivo de Mulheres do Sindicato, disse na assembleia que o acordo instituindo os 180 dias na Kostal estimulou outras empresas a fazerem o mesmo. “Essa é uma das maneiras de a gente avançar nas conquistas”, afirmou.

Na mesa, a redução da jornada
A redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas foi o principal tema debatido ontem na negociação entre a Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM) e a  bancada do grupo 3, formada por representantes das autopeças, forjaria e parafusos.

“Melhora a qualidade de vida do trabalhador e também melhora sua produtividade no dia-a-dia”, comentou o presidente da FEM, Valmir Marques, o Biro-Biro.

A negociação será retomada na quarta-feira da próxima semana. No grupo 3 trabalham cerca de 150 mil metalúrgicos no Estado.

Luta por um salário inicial maior
Pesquisa divulgada ontem pelo Ministério do Trabalho sobre salário inicial mostra a necessidade de continuarmos nossa luta pela valorização do piso, que é uma das reivindicações da campanha salarial deste ano.

Por esses dados, nos últimos sete anos o salário médio de admissão do trabalhador teve aumento real de 30%. Em 2003 ele era de R$ 635,00 e agora está em R$ 821,00.

O aumento dos valores do salário inicial inibe a rotatividade na categoria, recurso usado pelos patrões para achatar o salário. É por isso que temos de garantir um bom aumento real para os pisos da categoria.