Pessoal na Mercedes quer fim dos PJs

A situação dos trabalhadores que são pessoas jurídicas (PJs) será discutida com a montadora na negociação das jornadas extras. Outras reivindicações também serão atendidas.

Acordo de jornada visa fim de PJ

Os companheiros na Mercedes-Benz, em São Bernardo, saíram na frente no debate da relação de trabalho dos trabalhadores pessoas jurídicas, os  chamados PJs, na negociação que fazem com a empresa sobre jornadas extras.

Na nossa categoria, o PJ é um problema principalmente nos setores mensalistas das montadoras e há tempos o Sindicato luta pelo seu fim.

Direitos – Neste momento, as centrais unem suas forças para manter o veto do presidente à emdenda 3, exatamente para que o Ministério do Trabalho mantenha o poder de fiscalizar esse tipo de prestação de serviço que elimina direitos trabalhistas.

A Mercedes assumiu compromisso de debater o problema.

Fim do PJ – Enquanto se faz um levantamento do número de PJs, o Sindicato, a Comissão e a empresa vão discutir como fica essa relação de trabalho.

“Queremos eliminar a figura do PJ”, disse Sérgio Nobre, secretário de organização do Sindicato e trabalhador na Mercedes-Benz.

Terceiros – Outra conquista na negociação foi a contratação de 47 companheiros que hoje trabalham para a terceira Jecap, empresa fornecedora de peças importadas no setor de logística. 

“Começamos a inverter uma tendência comum nas fábricas, que é a terceirização da logística”, explicou o dirigente.
 
 
Igualdade na contratação
 
Entre os avanços conquistados na Mercedes estão também o fim da restrição na admissão de meninas nos cursos do Senai. Elas agora vão concorrer em igualdade com os garotos, tendo como único critério para admissão as notas nas provas. Outra reivindicação atendida foi a efetivação de 93 jovens do Senai que se formaram recentemente.

Facilidade na promoção – O último ponto foi o fim das restrições para a promoção de cargos, principalmente de um trabalhador direto para um indireto.

Antes, um trabalhador da produção, mesmo especializado, não podia assumir uma vaga aberta na manutenção, por exemplo.

Pelo acordo, os trabalhadores vão fazer de 10 a 14 jornadas extras em sábados e feriados. As jornadas extras vão variar de setor para setor ao longo do ano e visam atender o crescimento na produção.

“A previsão da fábrica é crescer 8% e um dos motivos é o Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC, do governo”, concluiu Sérgio. A representação sindical continua a debater com a fábrica o equacionamento entre produção e mão de obra, pois ainda persistem algumas distorções.

“Se a produção continuar aumentando teremos mais problemas”, disse Sérgio Nobre.