Pessoas com deficiência: dignidade passa pela conquista de emprego

As pessoas com deficiência são o tema da Campanha da Fraternidade da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) neste ano. Com o lema Levanta-te, vem para o meio, quer trazer à discussão o debate sobre os vários tipos de deficiência (física, visual, auditiva e mental) e combater o preconceito, em especial numa sociedade que “privilegia os fortes e saudáveis, os belos e fisicamente perfeitos, enquanto marginaliza e até exclui os que têm menos capacidade de se afirmar sozinhos e de competir com os outros”, segundo documento da CNBB.

No Sindicato, a questão dos deficientes ocupa espaço em pauta desde o ano de 2000, com várias iniciativas já tornadas realidade e outras em desenvolvimento. A principal preocupação diz respeito à conquista do emprego e garantias de que poderá desenvolver seu trabalho em ambiente adequado, pois, apesar da existência de uma política de cotas para contratação nas empresas, esta não resolve de fato a inserção de pessoas com deficiência no mercado de trabalho.

Entre essas ações está o processo de negociação para contratação de pessoas com deficiência na Rolls-Royce, iniciado em fevereiro de 2005, e que no mês de agosto passado resultou na contratação de sete pessoas com deficiência auditiva, em parceria com o Senai de Diadema. “Também adquirimos impressora em braille e passamos a imprimir diretamente o Sem Lenço Sem Preconceito, encarte mensal da Tribuna Metalúrgica. Quando essa publicação fez um ano, lançamos também em letras grandes, para pessoas com baixa visão”, conta Luiz Soares da Cruz, o Lulinha, assessor em Cidadania do Sindicato.

O censo do IBGE apontava no ano 2000 a existência de 24.600.256 pessoas com deficiência no Brasil. Como cada um deles convive em média com outras cinco pessoas, o problema diz respeito a 125 milhões de brasileiros, ou seja, quase 75% da população. Não se pode esquecer também que, ao longo da vida, todas as pessoas estão sujeitas a adquirir algum tipo de deficiência.

Desculpas mais usadas para não contratar pessoas com deficiência

Que não têm condições de trabalhar;
Que o ambiente de trabalho não é apropriado;
Que os outros trabalhadores não vão se adaptar;
Que não têm escolaridade;
Que falta formação profissional.

Na verdade, falta:

Condições para que a pessoa com deficiência desenvolva qualquer tipo de trabalho;
Incentivo para que ela lute pelo direito ao emprego;
Acessibilidade para locomoção, comunicação e mobiliário adequado para que exerça qualquer tipo de trabalho;
Igualdade de oportunidade para que possam participar do mercado de trabalho.