Petroleiras não gostam do etanol

Na África, Lula volta a defender os biocombustíveis e garante que eles não são responsáveis pela alta nos alimentos.

Lula critica produção de etanol de milho

O presidente Lula voltou
a rebater as críticas de
que a produção de biocombustíveis
reduz a área plantada
de alimentos e causa
elevação dos preços desses
produtos.

Ele defendeu a produção
de biocombustíveis
a partir da cana de açúcar,
como faz o Brasil, e criticou
os norte-americanos por
usarem milho para fabricar
etanol.

Lula afirmou que o recomendável
é a produção de
biocombustível de produtos
que não sejam alimentos, ao
lembrar que no Brasil a cana
para etanol ocupa apenas
1% da área agricultável.

Lula fez as críticas durante
visita à Gana, na África,
onde inaugurou projeto
que vai de produzir 150 milhões
de litros de etanol por
ano, a partir da cana, destinado
ao mercado sueco.

Esse projeto também
prevê a produção de energia
a partir do bagaço da cana.

O presidente disse que,
no Brasil, a produção de
etanol colocou mais de 1
milhão de pessoas no mercado
de trabalho e evitou
a emissão de mais de 640
toneladas de gás carbônico
nos últimos 30 anos.

“A produção brasileira
não envolve subsídios e não
reduz o volume de alimentos”,
comentou.

Guerra comercial – Para o ministro do Desenvolvimento,
Miguel Jorge,
a questão do biocombustível
passou a ser mais um
elemento de guerra comercial
no mundo.

Ele disse que os agricultores
europeus lançaram
campanha contra o produto
brasileiro, pois a União
Européia decidiu adicionar
10% de biocombustível na
gasolina e eles não terão
condições de dar conta dessa
demanda.

“As entidades financiadas
pelas grandes petroleiras
também estão nessa
campanha contra o estanol,
porque cada litro de gasolina
que deixa de ser vendido é
prejuízo”, disse ele.

Petróleo – Miguel Jorge afirmou
que uma das razões para a
alta de alimentos no mundo
é a alta do preço do petróleo,
que está aumentando o
custo dos fertilizantes e dos
defensivos agrícolas.

“Existe um aumento
no preço dos alimentos
causada por vários fatores,
mas nenhum deles tem a
ver com o biocombustível”,
comentou.