Petroleiros estão em greve contra o desmonte da Petrobras

Os petroleiros na Bahia estão em greve por tempo indeterminado em defesa da vida e contra o desmonte no sistema Petrobras.

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Novas adesões à greve devem ocorrer ao longo da semana, em bases sindicais da FUP (Federação Única dos Petroleiros). O movimento já foi aprovado em Pernambuco, Minas Gerais e na Usina do Xisto, no Paraná.

Na Rlam (Refinaria Landulpho Alves), na Bahia, mais de 70 trabalhadores foram contaminados em surto da Covid-19 nas últimas semanas. Ontem de manhã teve ato em protesto contra a negligência. No domingo, um operador morreu em decorrência da doença. Em um ano de pandemia, mais de 5.200 trabalhadores na Petrobras já se contaminaram, o equivalente a 11% do efetivo próprio, de acordo com a FUP.

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A FUP denuncia os impactos das privatizações nas relações de trabalho, com risco diário de acidentes, sobrecarga de trabalho, assédio moral e descumprimento do Acordo Coletivo de Trabalho.

Alta dos combustíveis

Enquanto a Petrobras reajustou pela sexta vez os combustíveis este ano, os sindicatos da FUP intensificaram as ações solidárias de venda subsidiada da gasolina, do diesel e do gás de cozinha, mostrando para a sociedade que é possível comprar derivados de petróleo por preços justos.

Junto com a CUT e movimentos sociais, distribuíram 22 mil litros de gasolina a R$ 3,50 o litro, 10 mil litros de óleo diesel a R$ 3,09 o litro, e 450 botijões de gás de cozinha de 13 kg a R$ 40 o botijão.

A conta não fecha para os consumidores brasileiros com a PPI (Preço de Paridade de Importação), política de reajuste dos derivados de petróleo implantada em 2016 no governo Temer e mantida pelo governo Bolsonaro.

Os brasileiros ficam reféns da disparada do dólar. Com isso, só neste ano, a gasolina já aumentou 54%, e o diesel 41,5% nas refinarias.

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“É urgente e necessário o fim dessa política de preços da Petrobras, que muito penaliza o trabalhador brasileiro. E se a venda das refinarias for adiante, será a instauração em definitivo dessa política de preços que olha somente para o exterior para colocar preço em combustíveis produzidos no Brasil, por refinarias brasileiras, da Petrobras”, afirmou o coordenador da FUP, Deyvid Bacelar.  

“Quem comprar esses ativos poderá cobrar o preço que quiser e, obviamente, se guiará apenas pelos valores internacionais. Por isso alertamos sempre que o bolso do consumidor vai doer ainda mais”, destacou.

Com informações da FUP.