PF vê sinais de corrupção na Codevasf, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Regional
A PF (Polícia Federal) divulgou na terça-feira, 3, que um gerente da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba), no Maranhão, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Regional, foi acusado de ter recebido cerca de R$ 250 mil de empresas investigadas por fraudes a licitações. O gerente, que não teve o nome divulgado, foi afastado.
Na primeira fase da operação, deflagrada em 20 de julho, os policiais federais apreenderam cerca de R$ 1,3 milhão em dinheiro, além de itens luxuosos, como relógios importados.
Um dos alvos da apuração é a empreiteira Construservice, vice-líder em licitações na Codevasf. A empresa usou laranjas para participar de concorrências públicas na gestão de Bolsonaro.
Em troca de apoio político, o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL) entregou o comando da estatal para o ‘centrão’, grupo de partidos comandados pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e pelo ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), que indicaram o presidente da Codevasf, Marcelo Moreira Pinto.
Na Câmara, mais de 100 pedidos de impeachment foram engavetados por Lira, além da aprovação de projetos de interesse do governo, como a reforma da Previdência, que prejudicou milhões de trabalhadores.
Orçamento secreto
Entre 2020 e 2021, a Companhia recebeu R$ 3,6 bilhões em emendas do orçamento secreto, em que parlamentares destinam recursos sem transparência, de acordo com seus interesses. A denúncia foi publicada pela Folha de S. Paulo.
Com informações da CUT.