PIB brasileiro cresce 1,2% no segundo trimestre e 8,9% no semestre, diz IBGE
Economia tem o melhor desempenho para um semestre desde o início da série, em 1996
A economia do Brasil teve crescimento de 1,2% no segundo trimestre de 2010 (de abril a junho) em relação ao trimestre anterior, informou nesta sexta-feira (3) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No semestre, de janeiro a junho, o Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma das riquezas produzidas no País, cresceu 8,9% em relação ao mesmo período de 2009.
De acordo com o IBGE, esse foi o melhor desempenho histórico para um semestre desde o início da série, em 1996.
“Se o ano tivesse terminado agora, o PIB teria crescido 5,1%”, disse Rebeca Palis, gerente da Coordenação de Contas Nacionais do IBGE.
Em valores correntes, o PIB somou R$ 900,7 bilhões.
A taxa de poupança, que ficou em 18,1%, também superou a de 2009 (16%).
O investimento, medido pela chamada FBCF (Formação Bruta de Capital Fixo), subiu 26,2% de janeiro a junho frente os seis primeiros meses de 2009.
No segundo trimestre, se comparado aos três meses imediatamente anteriores, houve crescimento de 2,4%;
Em relação a igual trimestre em 2009, o IBGE aponta alta de 26,5%, a maior alta desde o início da série histórica em 1996.
No total, a taxa de investimento representou 17,9% da formação do PIB no segundo trimestre.
Comparação com o 1º trimestre
Em relação ao primeiro trimestre deste ano, a agropecuária apresentou o maior destaque, registrando crescimento de 2,1%, seguida pela indústria (1,9%) e pelos serviços (1,2%).
Ainda na comparação com o primeiro trimestre deste ano, houve expansão nos investimentos planejados no país, medidos pela formação bruta de capital fixo, que foi de 2,4% no segundo trimestre deste ano.
A despesa de consumo das famílias cresceu 0,8%, enquanto a despesa de consumo da administração pública cresceu 2,1%.
No setor externo, cresceram tanto as exportações (1,0%) quanto as importações de bens e serviços (4,4%).
“O consumo das famílias em relação ao último trimestre desacelerou, já que, nesse período, tinham acabado os incentivos fiscais da linha branca e dos automóveis. Mas, o consumo das famílias continua crescendo”, disse a gerente.
Comparação com o 2º trimestre de 2009
Já em relação ao segundo trimestre de 2009, o destaque ficou com a indústria, que registrou crescimento de 13,8%, seguida pela agropecuária (11,4%) e pelos serviços (5,6%).
Todas as atividades industriais apresentaram crescimento de dois dígitos. Segundo o IBGE, a maior expansão foi observada na construção civil (16,4%) devido, principalmente, à expansão do crédito direcionado.
Houve ainda um aumento de 14,1% na extrativa mineral, seguida pela indústria de transformação (13,8%) e por eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (10,8%).
A expansão da taxa da agropecuária é justificada, principalmente, segundo o IBGE, pelo aumento da produtividade e pelo desempenho de alguns produtos da lavoura, como soja, café, milho e algodão.
“A taxa agropecuária é a maior desde do quarto trimestre de 2006, que foi de 12,5%. A única cultura que está com projeção de queda neste trimestre é a do arroz”, disse a gerente.
De acordo com o IBGE, entre os serviços, todas as atividades pesquisadas apresentaram crescimento.
O maior foi observado no comércio atacadista e varejista, que teve expansão de 11,8%; transporte, armazenagem e correio (11,2%); e intermediação financeira e seguros (9,8%).
Ainda no confronto com o segundo trimestre de 2009, entre os componentes da demanda interna, o consumo das famílias cresceu 6,7%, a 27ª variação positiva consecutiva nessa comparação, de acordo com o IBGE.
No período, as exportações tiveram expansão de 7,3% e as importações de bens e serviços apresentaram crescimento de 38,8%.
Das Agências com Redação