PIB pode ter subido 1% ou mais até março

Apesar da volatilidade dos indicadores econômicos, analistas preveem que o Produto Interno Bruto (PIB) terá um bom desempenho entre janeiro e março e, em algumas projeções, pode crescer mais de 1% na comparação trimestral com ajuste sazonal. Anualizado, esse ritmo resultaria em expansão acima de 4%. As estimativas para o avanço da economia em 2013, no entanto, estão mantidas entre 3% e 3,5%, já que o maior fôlego na abertura do ano tem um pano de fundo de recuperação gradual, mas também teria sido influenciado por questões pontuais.

Em relatório, Aurélio Bicalho, economista do Itaú Unibanco, afirma que o PIB mensal calculado pela instituição ficou estável em fevereiro, porque a alta de 5,5% do setor agropecuário naquele mês e um comportamento favorável dos serviços que ajudaram enquanto houve uma desacelerada produção da indústria de transformação e extrativa. Com bons indicadores do setor manufatureiro já disponíveis referentes a março, Bicalho prevê que a atividade econômica medida pelo banco aumentou 0,7% no mês passado, o que aponta para elevação de 1,2% do PIB no primeiro trimestre ante o quarto de 2012, feito o ajuste sazonal.

Para o economista, porém, “esse ritmo mais intenso está associado a fatores que tendem a ser temporários, e que impactaram a atividade na indústria e no setor agropecuário”. A indústria automotiva, diz Bicalho, está com estoques um pouco acima da média histórica, o que deve desacelerar a produção.

“Projetamos que a economia brasileira continuará em expansão nos próximos meses, mas em linha com uma trajetória de crescimento moderado, e compatível com um aumento do PIB de 3% este ano”, afirma.

Sócio e economista da JGP Gestão de Recursos, Fernando Rocha afirma que o consumo das famílias e a produção industrial tendem a continuar melhorando gradualmente, em linha com seu cenário de crescimento de 3% previsto para 2013. As safras agrícolas, por outro lado, vão ajudar mais a atividade neste início de ano, tendo em vista a colheita recorde prevista para a soja. Assim, diz Rocha, o forte crescimento projetado de 12% para o PIB agropecuário entre o primeiro trimestre e igual período do ano passado não deve se repetir nos meses seguintes.

Do Valor Econômico