“PL 4.330 é a degradação do trabalho”, diz Rafael

“É uma indecência os deputados aprovarem o projeto que permite a terceirização de todas atividades de uma empresa. É urgente medir as consequências para os trabalhadores”, alertou o presidente do Sindicato, Rafael Marques (foto).

O dirigente explicou que a terceirização aumenta os acidentes de trabalho, reduz a renda e aumenta a rotatividade. “O Projeto de Lei 4.330 abre espaço para tirar dos trabalhadores direitos duramente conquistados e que só interessa aos patrões, que terão segurança jurídica para contratar da forma que quiserem”, afirmou.

Após a aprovação do texto-base do projeto, na quarta passada, dia 8, os deputados federais votam hoje as emendas ao texto. Depois o projeto segue para o Senado.

Estudo da CUT e do Dieese mostra que, em relação ao contratado direto, o trabalhador terceirizado permanece 3,1 anos a menos no emprego e tem jornada semanal de três horas a mais. “É abusiva a alta rotatividade que a terceirização impõe aos trabalhadores. Todo trabalhador tem de ter condições para organizar e planejar a vida”, defendeu Rafael.

Outro dado é o salário do trabalhador terceirizado, que é 25% menor do que o contratado direto. “Além disso, trabalhadoresé cruel o terceirizado estar exposto a doenças, acidentes e mortes devido às condições precárias de trabalho”, alertou o dirigente.

Rafael explicou que o Brasil ainda é um País muito concentrador de riqueza. As linhas de financiamento do BNDES são voltadas para grandes empresas e as altas taxas de juros beneficiam quem possui grandes aplicações, por exemplo.

“Ainda estamos longe de encontrar um ponto de equilíbrio e aqueles que estão no topo da pirâmide não param de buscar medidas que só beneficiam a si próprios”, afirmou.

Dos 60 deputados federais do Estado de São Paulo, 42 votaram contra os direitos dos trabalhadores e aprovaram o texto-base do PL 4.330. “70% da bancada de deputados federais de São Paulo representa interesses dos patrões”, disse Rafael.

“O Sindicato participará de todas as lutas chamadas pela CUT contra a precarização das condições de trabalho. Não podemos permitir que o projeto de lei concentre mais a renda, desorganize e ameace os direitos trabalhistas, concluiu.

Confira abaixo como votaram os deputados federais do Estado.

Como votaram os deputados federais do estado de São Paulo

Deputados que votaram contra os trabalhadores

Alex Manente (PPS)

Alexandre Leite (DEM)

Baleia Rossi (PMDB)

Beto Mansur (PRB)

Bruna Furlan (PSDB)

Bruno Covas (PSDB)

Capitão Augusto (PR)

Eduardo Cury (PSDB)

Eli Côrrea Filho (DEM)

Evandro Gussi (PV)

Fausto Pinato (PRB)

Flavinho (PSB)

Gilberto Nascimento (PSC)

Goulart (PSD)

Guilherme Mussi (PP)

Herculano Passos (PSD)

Jefferson Campos (PSD)

João Paulo Papa (PSDB)

Jorge Tadeu Mudalen (DEM)

Keiko Ota (PSB)

Lobbe Neto (PSDB)

Luiz Lauro Filho (PSB)

Major Olimpio (PDT)

Marcelo Squassoni (PRB)

Marcio Alvino (PR)

Miguel Haddad (PSDB)

Miguel Lombardi (PR)

Milton Monti (PR)

Missionário José Olimpio (PP)

Nelson Marquezelli (PTB)

Paulo Maluf (PP)

Paulinho da Força (Solidariedade)

Renata Abreu (PTN)

Ricardo Izar (PSD)

Ricardo Tripoli (PSDB)

Roberto Freire (PPS)

Samuel Moreira (PSDB)

Silvio Torres (PSDB)

Vinicius Carvalho (PRB)

Vitor Lippi (PSDB)

Walter Ihoshi (PSD)

William Woo (PV)

 Deputados que votaram a favor dos trabalhadores

Ana Perugini (PT)

Andres Sanchez (PT)

Antonio Bulhões (PRB)

Arlindo Chinaglia (PT)

Arnaldo Faria de Sá (PTB)

Carlos Zarattini (PT)

Ivan Valente (PSOL)

José Mentor (PT)

Luiza Erundina (PSB)

Mara Gabrilli (PSDB)

Nilto Tatto (PT)

Orlando Silva (PCdoB)

Paulo Teixeira (PT)

Pr. Marco Feliciano (PSC)

Tiririca (PR)

Valmir Prascidelli (PT)

Vicente Candido (PT)

Vicentinho (PT)

 

Da Redação