Plano Collor: Há 15 anos, o maior confisco da história
Dia 16 completa 15 anos que os brasileiros sofreram uma das maiores violências econômicas de sua história. Era o dia seguinte à posse de Fernando Collor na Presidência e sua super-ministra da Economia, Zélia Cardoso de Mello, anunciou em rede nacional a estupidez conhecida como Plano Collor.
Tratava-se do confisco de todo dinheiro do País em conta corrente e caderneta de poupança. De uma hora para outra, as economias de milhões de pessoas saíram de suas contas e foram para o governo.
Baixado em nome do combate à hiperinflação, que estava em 15% ao mês, o bloqueio era a parte mais visível de um plano cretino. Além de provocar o empobrecimento geral da população, trazia um conjunto de medidas que levaram à mudança da moeda e à outra medida inesquecível para quem já tinha alguma idade na época: o congelamento de preços e salários. Cerca de 170 mil postos de trabalho foram fechados nos dias seguintes.
Tudo, para nada. Em setembro o plano já tinha ido por água abaixo. Em janeiro de 1991 foi editado o Plano Collor II para tentar salvar o anterior. Ambos deixaram uma herança trágica. A recessão foi monstruosa, o desemprego explodiu, a taxa mais baixa de inflação ficou em 7% (idêntica a apurada em todo ano passado).
A população formava longas filas nos bancos para sacar os 50 mil cruzados que era permitido.
Trabalhadores fizeram greve porque o dinheiro das empresas ficou bloqueado.
Filas intermináveis também se formavam nos postos de combustíveis porque o plano agravou a crise do álcool, combustível que movia a maior parte da frota.
O plano impôs imenso sacrifício, custos sociais e psicológicos tremendos, para nada.
Em seus discursos, Collor repetia, sempre com os olhos arregalados, que só dispunha de uma bala contra a inflação. Ele disparou e foi um tiro nos brasileiros.
Foi Collor quem iniciou o processo de abertura indiscriminada às importações e começou o processo de privatização do patrimônio público (aprofundado por FHC).
Collor nunca mais conseguiu um cargo público e Zélia vive nos EUA com a pensão, diz ela, de seu ex-marido Chico Anísio.