Plano da Fris Moldu Car consolida calote

Trabalhadores na Fris
Moldu Car, de São Bernardo,
voltaram à empresa
na manhã de ontem para
protestar contra o plano de
recuperação da fábrica que
significa a consolidação de
um enorme calote sobre os
direitos dos metalúrgicos.

Ontem, deveria ter
acontecido uma assembléia
dos credores na Fris para
avaliar esse plano. Entre
os credores estão 400 trabalhadores.
A assembléia
não aconteceu por falta de
quórum. Os companheiros
protestaram também contra
a decisão do juiz Gersino
do Prado em conceder um
tempo maior para a Fris ter
apresentado o plano, o que
só ajuda a aumentar a angústia
do pessoal.

Para José Paulo Nogueira,
diretor do Sindicato,
de qualquer forma os trabalhadores
não aprovariam o
plano na assembléia, porque
nem de longe ele respeita os
valores a serem pagos.

Ele cita o caso de um
companheiro que trabalhou
por 13 anos como técnico de
controle de qualidade com o
último salário de R$ 1,8 mil,
que deveria render por volta
de R$ 130 mil, considerando
salários atrasados, FGTS,
férias, 13º salário etc. “No
plano de recuperação, a Fris
oferece irrisórios R$ 2.180,00
a serem pagos em 12 meses”,
lamenta.

Uma assembléia vai
ocorrer dia 30, e até lá os
trabalhadores esperam que o
juiz considere a contestação
feita pelo Sindicato a respeito
dos valores das verbas rescisórias
constantes no plano.

Os companheiros na
Fris entraram em greve em
fevereiro do ano passado
cobrando salários atrasados.
Como o patrão sumiu,
em seguida eles montaram
um acampamento que durou
até dezembro, quando
a justiça acatou o plano de
recuperação e determinou
que eles deixassem a porta
da fábrica.