Plebiscito quer saber o que o povo pensa sobre venda da Vale
O plebiscito popular A Vale é nossa será realizado
entre os dias 1º e 7 de setembro
para que os brasileiros
possam opinar sobre o destino
de uma das maiores
mineradoras do mundo, privatizada
há dez anos.
A Companhia Vale do
Rio Doce foi vendida durante
o governo FHC por R$
3,3 bilhões.
No ano passado, só o
lucro da empresa foi de R$
9,6 bilhões.
Hoje, seu valor de mercado
está em R$ 103 bilhões,
segundo avaliação da própria
empresa.
O plebiscito está sendo
organizado por dezenas de
entidades sociais e sindicais,
entre elas a CUT e a Central
de Movimentos Populares.
“Temos condições de
sensibilizar a sociedade para
que ela dê o respaldo necessário
ao Executivo e Judiciário
para que anulem essa negociata”,
disse Antonio Carlos
Spis, da executiva da
CUT.
Ele comentou que o plebiscito
é uma forma de discutir
questões como soberania
nacional e gestão de recursos
naturais.
“A consulta popular é
um gesto salutar do ponto de
vista político, porque oferece
a oportunidade de se discutir
um modelo de gestão
para o país”, comentou.
Cerca de 100 ações estão
na Justiça pedindo a anulação
do leilão devido a irregularidades
no edital e ao
baixo valor de venda da
mineradora.
Para os organizadores,
o plebiscito é uma maneira
de convocar a sociedade para
se contrapor não apenas à
venda da Vale como também
à onda neoliberal com a
privatização de outras estatais.
A pergunta do plebiscito
unitário é esta:
“Em 1997, a Companhia
Vale do Rio Doce,
patrimônio construído pelo
povo brasileiro, foi fraudulentamente
privatizada, ação
que o governo e o poder judiciário
podem anular. A
Vale deve continuar nas mãos
do capital privado?”