Plenária Estatutária da CNM/CUT faz balanço da gestão 2007-2010

Realizado em 2007, o 7º Congresso dos Metalúrgicos da CUT delineou um plano de ação para o mandato da direção recém eleita. Dois anos depois, é o momento de fazer o balanço da gestão. E um dos pontos de discussão, são as políticas gerais e permanentes da Confederação

Atuar em Políticas Gerais e Permanentes e Intervenção na Conjuntura é atuar em todas as questões que interferem direta ou indiretamente na vida do trabalhador buscando garantir melhor qualidade de vida e inclusão social (intervenção na conjuntura política, econômica e social, discussão de política industrial para P país e para o ramo metalúrgico). Aí se inserem também as políticas permanentes: gênero, raça, juventude, trabalhadores mensalistas ou não-manuais (técnicos e administrativos).

Balanço das Políticas Gerais e Permanentes

Salientamos aqui o trabalho realizado na organização da juventude: realizamos o II Encontro Nacional da Juventude Metalúrgica, em julho de 2008; também executamos em outubro de 2007, o Seminário de Intercâmbio Brasil-Alemanha com a juventude do IG METALL, focando nossas políticas permanentes para a juventude que cada dia mais se acentua em nosso ramo; realizamos também, em junho de 2009, a 1ª Conferência Expressões da Globalização, em que a juventude obteve papel destacado. Entretanto, ainda há muito que realizar sobre esse tema, fato é que a juventude sofre mais com a rotatividade de mão de obra, com a dificuldade na qualificação profissional e no acesso ao mercado de trabalho, e apresenta índices de sindicalização que apontam um enorme potencial de avanço na organização, na mobilização e no avanço das conquistas necessárias para a juventude trabalhadora.

Nas questões de gênero a CNM deu continuidade à política de capacitação de mulheres dirigentes, realizando o Curso de Capacitação de Mulheres Militantes, atividade intensiva de preparação de quadros para os debates sobre a desigualdade entre homens e mulheres, participando do Coletivo Nacional de Mulheres da CUT e unificando na prática a política nacional desenvolvida pela central. Apesar de a CNM cumprir a política de cotas em sua direção e em seus eventos gerais, ainda precisamos encontrar solução quando as atividades desenvolvidas pela CNM apresentam um público indicado pelos sindicatos em que a somatória dos participantes acaba não contemplando a cota de gênero. Realizamos também no período os Encontros Regionais de Gênero e o Encontro Nacional de Gênero articulando homens e mulheres em todo o país para o debate acerca de oportunidades no mercado de trabalho, atuação sindical, saúde e bandeiras de lutas históricas, como a luta pela creche, – um direito da criança e uma luta de homens e mulheres; também muito trabalhada e difundida – a Lei Maria da Penha, no debate a respeito da violência contra as mulheres. Participamos também de ações voltadas aos companheiros e companheiras com deficiência como no 2º Encontro Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras com Deficiência, realizado na cidade de São Bernardo do Campo – SP, em setembro de 2009.

A atuação da CNM durante o mandato tem caracterizado-se pela importante interlocução política com diversos setores do cenário nacional. Estabelecemos uma relação de autonomia frente ao Estado, mas com diálogo franco e aberto objetivando a defesa dos interesses dos sindicatos filiados e de nossas federações. Nossos sindicatos participaram ativamente das lutas em defesa do emprego no episódio da crise econômica mundial; articulamos iniciativas junto a outras centrais para tratar das especificidades do ramo metalúrgico. Optamos pela mobilização e luta para enfrentar as demissões que assombraram nosso ramo em todo o país. Estabelecemos debate junto ao governo federal, cobrando contrapartidas que dessem garantias aos trabalhadores durante os incentivos fiscais para desoneração emergencial da produção. Buscamos os governos estaduais notadamente o do estado de São Paulo, onde o governo Serra – preferiu apostar no desgaste do governo federal, deixando de adotar medidas que pudessem conter os efeitos da crise e, assim, diminuir os índices de popularidade e aprovação do metalúrgico Lula.

Nossa confederação esteve presente nos principais momentos dessa conjuntura nacional: contrapomos-nos às medidas adotadas pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e pela Força Sindical, quando propuseram ao país todo, a redução da jornada de trabalho com redução de salários. Estabelecemos ações de luta e resistência para evitar os efeitos prejudiciais surgidos devido à crise da economia mundial; passeatas, greves e protestos marcaram o período em boa parte de nossa base. Indo além, procuramos setores estratégicos e construímos propostas que objetivavam preservar os empregos, como foi o Acordo com a Associação Brasileira de fabricantes de Máquinas (ABIMAQ). Procuramos também os governos federal e estaduais para construir mecanismos que evitassem as demissões, também participamos do Dia Nacional em Defesa do Emprego no mês de fevereiro de 2009 e da Mobilização em Defesa dos Direitos da Classe Trabalhadora em março do mesmo ano. Participamos do 10º Congresso Nacional da CUT (CONCUT), no
qual elegemos dois representantes do nosso ramo para compor a direção nacional da CUT, além de elegermos três companheiros para a executiva da central. Também durante a gestão participamos da Jornada Nacional Unificada de Lutas realizada em agosto de 2009.

Da Imprensa CNM/CUT