Pobres são mais vulneráveis ao crime
A possibilidade de um
jovem se tornar criminoso é
duas vezes e meia superior
em uma área pobre do que
em uma área rica, segundo
índices sociais reunidos pela
Fundação Seade. Isto significa
que, apenas na cidade de
São Paulo, quase 300 mil jovens
de 15 a 19 anos estão
expostos a situações cotidianas
que podem levar à
delinquência. Os números
são relativos a 2005.
O Seade chegou a esta
conclusão a partir da reunião
de dados sobre homicídios,
gravidez na adolescência, evasão
escolar e frequência de
adolescentes no ensino médio.
Os resultados não querem
dizer que o jovem vai
ceder ao crime, mas apenas
que o risco é maior entre essa
faixa que representa 35% de
toda a população na capital,
cerca de 850 mil pessoas.
Apesar dos altos índices,
a quantidade diminuiu em
relação a mesma comparação
feita em 2000. O índice caiu
de 70 há sete anos para 51
pontos dois anos atrás. A queda
foi ainda maior nas áreas
mais pobres, passando de 88
pontos para 64.
A redução dos homicídios
nessa faixa etária e o maior
acesso dos jovens ao ensino
médio são usados pelo
Seade para explicar a melhora.
Mas as diferenças entre as
áreas pobres e ricas permanecem
muito altas, principalmente
entre os indicadores
de violência e maternidade
precoce.
Nas áreas ricas, o número
de homicídios entre jovens
de 15 a 19 anos é de 57 casos
por 100 mil habitantes. Nas
regiões pobres, ela salta para
189 homicídios por 100 mil
habitantes. Com relação a gravidez,
nas áreas ricas de São
Paulo 19 jovens a cada grupo
de 1.000 tiveram filhos entre
os 14 e 17 anos. Esse mesmo
índice sobe para 41 jovens nas
regiões pobres da cidade.