“Poderemos ser 15% do PIB”
A Unisol Brasil realizou ontem a plenária de encerramento do seu segundo congresso, em São Bernardo. Arildo Mota, presidente da entidade, falou sobre a perspectiva da economia solidaria.
Qual o resultado do encontro?
Ampliamos o diálogo com os empreendimentos filiados e definimos as diretrizes para os próximos três anos. Hoje somos 446, há três anos éramos pouco mais de 100, o que mostra o crescimento contínuo da organização. Mas a qualidade não está nos números e sim em nosso crescimento orgânico, aquele em que as pessoas se fortalecem na cultura e na ideia da economia solidária e do trabalho coletivo.
Qual é o campo de expansão da economia solidária?
O futuro é do empreendimento verde, ecologicamente sustentável e correto. Temos vários filiados assim, especialmente no campo. Vamos crescer porque aprendemos que é possível o trabalhador gerar seu próprio negócio num universo que não é o da economia selvagem, capitalista, na qual o lucro está acima de tudo. A economia solidária se desenvolve à medida em que oferece meios de inclusão ao trabalhador.
Mas os empreendimentos precisam concorrer com as empresas capitalistas. Como fazer?
Esse é outro debate do 2º Congresso. Quando falamos de expansão, falamos da criação de redes de trabalhadores, de redes de comercialização, de redes de relacionamento e de intercâmbio com a sociedade, universidades, centros de tecnologia e com o mundo, ações que ajudem a desenvolver nossos empreendimentos.
O que falta para o desenvolvimento pleno das cooperativas e das empresas de autogestão?
Uma política de Estado. O governo Lula desenvolveu muitas políticas públicas, elas estão nos 22 Ministérios, mas são de seu governo.
Nada nos garante que vão prosseguir após 2010. Queremos também uma legislação para o setor, pois a que está aí tem 40 anos e não nos dá segurança jurídica.
Esse também foi um debate do Congresso. Com esses elementos, acho que a economia solidária poderá saltar dos 0,4% para 15% de participação no PIB.