Polícia e manifestantes entram em confronto no ato contra PL 4.330

A manifestação contra o Projeto de Lei (PL) 4.330, que precariza as relações de trabalho, acabou em confronto entre a Polícia e os trabalhadores, em frente ao Congresso Nacional, em Brasília. Cerca de cinco mil trabalhadores participaram do ato organizado pelo Sindicato, CUT e centrais sindicais.

“A truculência com os trabalhadores só demonstra a total falta de diálogo do Congresso com a categoria. Os deputados receberam a bancada de empresários, mas não quiseram dialogar com os trabalhadores”, afirmou o vice-presidente do Sindicato, Aroaldo Oliveira da Silva, que participou da manifestação.

O confronto começou por volta das 15h, quando um carro de som dos manifestantes manobrava para se posicionar diante da entrada do Congresso. A Polícia atirou em um dos pneus para parar o veículo.

“Os trabalhadores estavam fazendo uma manifestação democrática, que enfrenta os interesses empresariais, e são recebidos com truculência, spray de pimenta e bombas de gás”, disse Aroaldo. O deputado Vicente Paulo da Silva (PT/SP), o Vicentinho, que estava no local acompanhando a manifestação, também foi atingindo nos olhos, com spray, pelos policiais.

Não é a primeira vez que a Polícia reprime ato da CUT durante votação do PL 4.330, em Brasília. Em setembro de 2013, após derrota sofrida pelos patrões no Congresso, manifestantes sofreram repressão da Polícia.

De acordo com a CUT, o balanço parcial é de dois manifestantes presos e três feridos. Em vídeo divulgado pela Central, um dos manifestantes, que já estava imobilizado, é agredido por um homem de gravata, que dispara uma arma de choque.

Os deputados devem começar a votação do Projeto hoje. Até o fechamento desta edição, a Câmara analisava o pedido para que a matéria tramite em regime de urgência, sem que precise passar por comissões.

Diante disso, o presidente da CUT, Vagner Freitas, demais centrais e movimentos sociais definiram que serão realizados atos contra o projeto na próxima semana em todo o País. Trabalhadores vão ficar em vigília para acompanhar o andamento da votação.

Ainda ontem o vice-presidente do Sindicato participou de duas audiências públicas sobre as Medidas Provisórias nº 664 e 665, que tratam das alterações nas regras de pensão e seguro-desemprego, no Senado. “Os participantes reprovaram as duas MPs e encaminharam a necessidade de mais debates com as centrais sindicais”, concluiu Aroaldo.

Ao logo do dia, além da manifestação em Brasília, também foram realizados atos contra o PL 4.330 em 11 estados do País.

Da Redação