Polícia usa gás para retirar trabalhadores de cidade na Grécia

A polícia grega usou a força e gás lacrimogêneo para dispersar cerca de 150 trabalhadores que ocupavam a Acrópole de Atenas em uma manifestação por pagamento de salários, disse uma testemunha à Reuters.

“A polícia entrou no lugar por uma porta lateral e dispersou as pessoas usando granadas de gás lacrimogêneo”, disse a testemunha. “Agora o portão está aberto, não há feridos”, acrescentou o homem que acompanhou o incidente.

Um policial disse que os manifestantes resistiram à ação policial e cinco foram detidos.

Os operários temporários bloquearam a entrada pelo portão principal do monumento, no pé da Acrópole de Atenas, na quarta-feira, alegando que não recebem salário há dois anos. Eles carregavam cartazes com as frases “24 meses sem receber” e “Nós queremos status permanente”.

A Grécia tem recorrido a trabalhadores temporários como parte de um pacote de ajuda da União Europeia e do FMI (Fundo Monetário Internacional) acertado em maio para combater a dívida do país. Agências do governo normalmente contratam funcionários temporários sem ter os recursos garantidos para os pagamentos.

“Os manifestantes trocaram o cadeado do portão principal, eles estavam com a chave de Acrópole”, disse o subministro de Cultura, Telemachos Hytiris, à TV Skai antes da chegada da polícia.

Segundo as previsões do governo grego, o desemprego no país aumentará para 14,5% até 2011, enquanto a economia sofrerá contração de 2,6%.

As estimativas pessimistas levaram as autoridades de Atenas a elaborar um plano econômico que inclui cortes salariais e aumento dos impostos, para tentar reduzir o enorme deficit público e a dívida da Grécia.

Pacote Grego
A União Europeia anunciou em maio um pacote orçado em 750 bilhões de euros (quase US$ 1 trilhão) para defender a moeda europeia e impedir a criação de uma crise sistêmica na região. Desse montante, uma parcela de 250 bilhões de euros virá do FMI (Fundo Monetário Internacional).

Parte dos 750 bilhões de euros vão servir para uma ação fundamental: a compra pelo BCE (Banco Central Europeu) de títulos de dívida privada e pública das economias mais problemáticas, como Grécia e Portugal.

Em 9 de maio, o FMI acertou um empréstimo de 30 bilhões de euros em três anos para a Grécia para permitir ao país enfrentar a crise orçamentária que atravessa, em troca de drásticas medidas de austeridade.

Da Folha Online com Reuters