Policiais civis em greve protestam no centro de São Paulo

Manifestantes deixaram claro que o movimento não é político, mas sim faz parte da campanha salarial, ignorada há meses por Serra

Cerca de 7 mil policiais civis realizaram um protesto no centro de São Paulo, na segunda-feira, para reivindicar melhores salários e condições de trabalho. Um dia após o término do processo eleitoral, o diretor Associação dos Delegados de Polícia Civil do Estado de São Paulo (Adpesp), André Dahmer, fez questão de frisar que o caráter da mobilização não é político, como sugerido dias atrás pelo governador do estado, José Serra.

Fabio Rodrigues Pozzebom/ ABr

A categoria lotou a Praça da Sé para reivindicar a abertura das negociações

“Esta greve não tem nada a ver com política. Este movimento existe desde o começo do ano, chegou a este ponto por falta de negociações com o governo”, disse o diretor da Adpesp, André Dahmer.

“Eles vão empurrar mais dois anos e então dizer novamente dizer que a paralisação é para prejudicar o processo eleitoral?”, questionou o diretor.

Os manifestantes se reuniram na Praça da Sé e caminharam até a sede da Secretaria de Segurança Pública com um caixão. “Queremos fazer um enterro simbólico de José Serra”, gritavam os policiais. Vestidos com camiseta que estampava a foto do governador de São Paulo, muitos o acusavam de matar a polícia paulista.

Em greve desde o dia 16 de setembro, os policiais civis tiveram um conflito com policiais militares no dia 16 de outubro. “Vamos apurar quem mandou a tropa de choque ao nosso encontro. Temos uma série de medidas judiciais e políticas a serem tomadas”, completou Dahmer sobre o episódio que aconteceu na frente do Palácio do Governo.

Durante toda a caminhada, os manifestantes também pediram que o secretário de segurança pública, Ronaldo Marzagão, renuncie ao cargo. Segundo os policiais, a mobilização não tem data para acabar. “Vamos ao Palácio novamente falar com o governador”, completou Dahmer.

Da Agência Brasil