Política educacional
Muito se fala do sistema educacional brasileiro, em geral para criticá-lo. Comparada com a realidade de outros países em desenvolvimento e até mesmo de nações menos desenvolvidas da América Latina, a realidade do ensino brasileiro deixa muito a desejar. É notável, por outro lado, o exemplo de países como a Coréia do Sul, onde a política educacional foi um dos pilares do impressionante desenvolvimento.
Analistas apontam várias causas para o desempenho tão precário do sistema educacional brasileiro. Numa perspectiva histórica, os pesquisadores do tema apontam três fatores fundamentais: a pouca importância dada à educação, apesar dos discursos oficiais em contrário; a descontinuidade da política educacional ao longo de sucessivos governos; a não definição da educação como elemento fundamental de um projeto estratégico de desenvolvimento.
Assistimos no governo FHC, por exemplo, a um verdadeiro sucateamento do ensino superior, impulsionado por uma desastrosa tentativa de privatizar a universidade pública.
Processo semelhante ocorreu no ensino técnico de nível médio, onde as escolas técnicas tiveram tão pouco incentivo e investimento, que chegaram a uma situação paradoxal de “descolarização”.
Ao mesmo tempo, o governo federal patrocinava um mirabolante e dispendioso programa de qualificação profissional, envolvendo entidades da sociedade civil, como as organizações sindicais. Fazia também uma enorme propaganda de sua prioridade ao ensino fundamental, onde imaginava estar o verdadeiro gargalo da educação brasileira.
Diante desse quadro, não deixa de ser motivo de entusiasmo a nova política educacional que vem sendo gestada no governo Lula. Sua principal característica está em procurar desenvolver uma política duradoura para a educação, que contempla todos os níveis, do ensino fundamental ao superior.
O desafio de reverter o quadro herdado do passado é enorme. Mas os primeiros resultados já se fazem sentir, indicando que o caminho está certo.
Departamento de Formação