Política industrial é o desafio para 2012

Presidente do Sindicato, Sérgio Nobre, defende regras claras para a defesa de bons empregos e da economia nacional


Foto: Rossana Lana / SMABC

Ao contrário da Europa e Estados Unidos que continuam patinando na crise, a economia brasileira voltou a crescer após três meses seguidos de queda. Segundo o Banco Central, o Produto Interno Bruto (PIB) do País subiu 1,15% no final do ano.

Com o crescimento, as vendas de automóveis, por exemplo, bateram recorde em 2011, com a comercialização de 3,63 milhões de unidades. O número representou crescimento de 3,36% sobre 2010, que já tinha sido recorde segundo a Fenabrave, entidade que abriga as concessionárias.

Por outro lado, o país importou mais de 850 mil veículos no ano passado, um crescimento do 30% em relação a 2010, segundo a Anfavea. Só nas importadoras independentes (filiadas à Abeiva) o aumento foi de 87,4% de vendas de importados, cerca de 200 mil importados vendidos em 2011.

“Como afirmamos no ano passado, os metalúrgicos do ABC terminaram 2011 com o sentimento de dever cumprido por conta de inúmeras conquistas”, disse Sérgio Nobre, presidente do Sindicato.

“Mas, como também alertamos na ocasião, a batalha para consolidar novas vitórias será ainda mais árdua em 2012. E com certeza precisaremos voltar às ruas para manifestações e lutas que beneficiem toda a classe trabalhadora e façam a diferença para a sociedade”, prosseguiu o dirigente.

Ele observou que as importações de veículos que tiram grande número de empregos da categoria também estão atingindo fortemente outros setores da economia nacional, também causando desemprego e fechamento de fábricas.

Entre as áreas mais afetadas, Sérgio Nobre citou a de sapatos e a de linha branca. Neste caso, a situação é complexa, pois o governo federal reduziu o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) da produção, mas não aumentou a taxa de conteúdo nacional.

A medida provocou o aumento das vendas, como esperado. Mas permitiu o aumento das importações prejudicando as empresas nacionais.

“Um dos locais para reivindicar essa medida seriam os fóruns de trabalho do Programa Brasil Maior, mas o governo federal ainda não instalou as câmaras setoriais para discutir esses assuntos”, protesta o presidente do Sindicato.

“Por isso, o grande desafio dos trabalhadores em 2012 será conquistar uma política industrial que garanta e melhore a qualidade de nossos empregos, ao mesmo tempo que promova inovações para a indústria nacional aumentar sua competitividade”, concluiu.

*Atualizado em 24/1
Da Redação