“Políticas públicas têm que ser construídas com a participação da sociedade”

Foto: Edu Guimarães

Para debater o papel dos Metalúrgicos do ABC na construção de ações no ABC e no Brasil, cerca de 30 alunos da Uni­versidade Federal do ABC, a UFABC, conheceram a Sede na quinta-feira, dia 17.

“Este Sindicato entende a importância de pensar além da fábrica e de fazer a luta para melhorar a vida das pes­soas também no seu bairro, na sua comunidade, desde 1989, quando foi aprovado em congresso da categoria a atuação como Sindicato Cidadão”, afirmou o diretor executivo responsável pelas Relações Institucionais, Nelsi Rodrigues, o Morcegão.

Participaram do encontro alunos dos cursos de Polí­ticas Públicas, Engenharia Ambiental, Engenharia de Produção, Relações Inter­nacionais, Economia e do mestrado.

“Isso significa que os Me­talúrgicos do ABC se preo­cupam com negociações e as relações trabalhistas, mas também discutem a organi­zação dos trabalhadores na sociedade e defendem pro­jetos de geração de emprego, de renda e crescimento”, explicou.

Morcegão ressaltou que o Sindicato sempre atuou nas entidades de planejamento da região, como, por exemplo, a criação das Câmaras Setoriais no ABC. “Essa construção se deu em um contexto de aber­tura de mercados pelo Collor e uma grande quebradeira de empresas no ABC”.

Além disso, a implantação do Fórum de Cidadania, da Câmara Regional do ABC e da Agência de Desenvolvi­mento Econômico do Grande ABC na década de 90.

“Inclusive a própria UFABC é uma demanda dessa pauta regional”, destacou.

“A região tem histórico de avanços regionais e isso agora passa por um desmonte em virtude da falta de visão dos governantes da região de entender que essas políticas têm que ser construídas com a participação da sociedade”, ponderou.

“O Sindicato continua defendendo e participando dos espaços de diálogo para mudar a vida das pessoas”, concluiu.

 

METALÚRGICOS DO ABC COBRAM POLÍTICAS PARA A FERRAMENTARIA

Entre as discussões de políticas públicas, os Meta­lúrgicos do ABC participam desde o ano passado das reuniões de elaboração do novo regime automotivo, o Rota 2030, em defesa de melhores empregos, renda e o desenvolvimento da indús­tria nacional.

Durante o 11º Encontro Nacional de Ferramentarias, Enafer, em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, nos dias 17 e 18, o diretor executivo do Sindicato, responsável por políticas industriais, Wellington Messias Da­masceno, e o secretário de Formação da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT, a CNM-CUT, José Roberto Nogueira da Silva, o Bigodinho, cobraram o re­presentante do Ministério da Indústria, Comércio Exte­rior e Serviços, o MDIC, Igor Calvet, sobre o programa.

“Colocamos nossa preo­cupação pelo fato de o Brasil estar sem regime automo­tivo desde o início do ano e o desmonte da indústria nacional com o crescimento das importações. O formato do Rota 2030 como está não vai gerar empregos”, avaliou Bigodinho.

Wellington criticou que o regime automotivo vinha sendo discutido por vários representantes de trabalha­dores, governo, empresas e universidades e agora está virando um projeto reduzido.

“O programa como está sendo cogitado, muito tímido em relação ao que havíamos discutido, não dá conta dos desafios que iremos enfrentar. É importante ter estímulo às áreas de pesquisa e desenvol­vimento, mas não pode se li­mitar apenas a isso”, ressaltou.

“Temos que ter o Ob­servatório da Indústria que dê conta de acompanhar o movimento do setor e ser propositivo. Também temos que ter a garantia das cinco etapas de ferramentaria den­tro do programa, como era no Inovar-Auto”, prosseguiu.

O dirigente cobrou ainda a proposta de liberação dos cré­ditos retidos no âmbito federal.

“Discutimos a liberação do ICMS nos Estados. Só no governo de São Paulo são cer­ca de R$ 5 bilhões retidos que podem ser utilizados pelas montadoras para o fortaleci­mento das ferramentarias. O governo federal também tem créditos retidos em impostos que poderiam ser liberados da mesma forma, como in­vestimentos em ferramenta­ria e em outros setores estra­tégicos da indústria”, propôs.

Da Redação.