Polo Tecnológico do ABCD está ‘travado’ na Agência

Falta de estrutura atrasa o desenvolvimento do projeto regional; excesso de exigências do Estado é questionado

 O projeto do Polo Tecnológico do ABCD segue travado na Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC. Mais de dois meses após o governo do Estado recusar o pré-credenciamento do projeto no SPTec (Sistema Paulista de Parques Tecnológicos), a Agência ainda não conseguiu a documentação necessária para acessar a verba estadual e encaminhar o projeto.

De acordo com o coordenador de Relações Institucionais da entidade, Luiz Augusto de Almeida, a principal dificuldade é reunir os comprovantes de participação dos espaços públicos, de empresas e universidades no polo.

A falta de estrutura da Agência e até as eleições são apontados como responsáveis pela demora. “Pedimos no cartório o comprovante das áreas que as faculdades disponibilizaram. O documento deve sair nas próximas semanas. Mas os registros dos terrenos públicos são mais complicados. A nossa expectativa é de que com fim das eleições o processo acelere”, afirmou Luiz de Almeida.

O encaminhamento do projeto regional se arrasta há pelo menos 14 meses. Já o parque tecnológico de Santo André, tocado isoladamente, foi pré-credenciado no SPTec em cinco meses. Apesar do potencial industrial e acadêmico instalado na Região, desde 2006, quando o governo estadual criou o SPTec, o ABCD foi deixado para o segundo plano. A Região sequer foi considerada quando o então governador, Geraldo Alckmin, aprovou a instalação dos cinco primeiros parques tecnológicos no Estado.

Para o secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo de São Bernardo, Jefferson da Conceição, as numerosas exigências impostas pelo governo estadual são o principal problema para a demora do pré-credenciamento. “Até onde sabemos a Agência está correndo atrás dos documentos que faltam. Nossa expectativa é de que os estudos possam ser iniciados até o fim do ano”, indicou.

Já o secretário de Desenvolvimento e Relações de Trabalho de São Caetano, Celso Amâncio, critica os executivos que cuidam do desenvolvimento do complexo .“É preciso que as lideranças que estão à frente da iniciativa trabalhem de forma integrada, para que o polo possa de fato se concretizar”, ponderou.
Para um dos articuladores do projeto regional, Fausto Cestari, a falta de pessoal dedicado dentro da Agência limita o encaminhamento do polo. “A Agência não dispõe de muitos funcionários e isso dificulta”, destacou o ex-diretor-executivo do Consórcio Intermunicipal.

Intenção 
A Agência destaca que o órgão já conta com mais de 530 mil m² em espaços, sem a documentação regular, para integrarem o projeto do polo regional. As maiores áreas disponíveis estão no Espaço Cerâmica (300 mil m²), em São Caetano, e na UFABC de São Bernardo (120 mil m²) e de Santo André (77 mil m²). Caso a entidade consiga o mínimo de 200 mil m² exigidos para acessar os recursos do SPTec, poderá incluir outras áreas no futuro.

 

Do ABCD Maior