Ponto de Leitura é inaugurado na Delga

Quando um trabalhador lhe pedir uma dica de leitura, Vanessa Marques Rossi não vai vacilar: o livro 100 anos de solidão do escritor colombiano Gabriel Garcia Marques, sobre a saga de várias gerações de uma mesma família.

A obra é uma das 650 que os companheiros e companheiras na Delga, estamparia de autopeças em Diadema, terão à disposição a partir de agora com a instalação de um ponto de leitura.

Nesta terça-feira, na Delga, foi inaugurada a quarta biblioteca do programa Leitura nas Fábricas, um convênio entre o nosso Sindicato, a Prefeitura na Cidade e o Ministério da Cultura. O programa vai chegar ainda para mais seis metalúrgicas.

Vanessa Marques é uma das três companheiras treinadas como agentes de leitura e tem como trabalho a divulgação da biblioteca e estimular a leitura. Ele conta que os metalúrgicos poderão usar o ponto nos horários de refeições, tanto para ler como para emprestar algum livro.

O prensista Nilton Umbelino foi escalado como atendente do ponto e acredita que  o pessoal vai ler na fábrica. “Em casa a gente sempre tem outras prioridades. Aqui, naqueles 10 ou 15 minutos de folga o companheiro pode gastar lendo”, imagina.

Acesso
Independentemente da forma de uso, o importante é o acesso aberto pelo ponto de leitura no local de trabalho. “O projeto é maravilhoso porque o livro não é um bem disponível a grande parte dos brasileiros devido ao preço. Aqui ele chaga ao trabalhador e à sua família”, disse o presidente do Sindicato, Sérgio Nobre.

O gerente da RH Marcos Possari defendeu longevidade do livro para destacar a importância da biblioteca. “A cada livro uma história que sempre vai estar conosco que a gente gosta de manipular, fazer orelha nas páginas e emprestar” , frisou

Trabalhador na Delga e diretor do Sindicato, Claudionor Vieira, destacou a preocupação do Sindicato com a educação e a cultura, além da luta do dia a dia. “É assim que a gente conscientiza as empresa a melhorar a qualidade da formação dos trabalhadores”, afirmou.

Definitivo
O secretário de governo da Prefeitura de Diadema, Antonio Fidelis, contou que o contato com o livro foi definitivo para a escolha de sua carreira profissional. “Escolhi a profissão de geógrafo depois de ler Os Sertões, de Euclides da Cunha, pela descriçção que faz da viagem do Sudeste ao sertão bahiano”, disse o secretário para comentar o impacto da leitura na vida das pessoas.

Programa pegou
Na Legas Metal, também de Diadema, onde o ponto de leitura funciona há um mês, em média 15 trabalhadores circulam diariamente pelo espaço. “O programa pegou!, exclama Valderez Dias Amorim, do Comitê Sindical e agente de leitura. Segundo ele, a maioria do pessoal leva para casa livros infantis e juvenis.

“Pergunto sempre para os trabalhadores se não tivesse aquele ponto se ele retiraria o livro em outra biblioteca e a resposta é não”, conta satisfeito para mostrar a importância do ponto para o acesso dos trabalhadores ao mundo da literatura.

Na IGP, primeiro ponto de leitura inaugurado na base, a média diária é de 20  metalúrgicos procurando o espaço. “Ainda estamos divulgando e convidando o pessoal a conhecer o acervo”, aponta o agente de leitura Laercio Aparecido Beggiora. De qualquer forma, de quando fou inaugurada em julho para agosto, o número de empréstimos de livros subiu de 21 para 71 exemplares.

Da redação