População do Grande ABC cresce 4,32% em dez anos
A população do Grande ABC cresceu 4,32% entre 2000 e 2010. Dados preliminares do Censo 2010, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mostram que a região tem hoje 2.456.515 habitantes. O aumento foi menor do que no Estado de São Paulo (7,8%) e no Brasil (9%).
A cidade que mais cresceu no Grande ABC foi Rio Grande da Serra, que tem 11,27% mais moradores do que em 2000. Na sequência vêm Mauá (8,61%), São Bernardo (6,19%), São Caetano (4,55%), Diadema (3,67%) e Santo André (0,77%). A única cidade da região que teve redução populacional foi Ribeirão Pires, com decréscimo de 1,69%.
O crescimento no Grande ABC, abaixo das médias nacional e estadual, pode ser explicado pelo nível de desenvolvimento econômico e social dos municípios. A avaliação é do coordenador do Inpes (Instituto de Pesquisa) da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), Leandro Campi Prearo.
“É tendência das localidades mais desenvolvidas a manutenção e a queda do número de habitantes. O Grande ABC segue esse caminho.”
Investimentos públicos em Saúde e Educação contribuíram, a médio prazo, para desacelerar o crescimento. “Os programas sociais têm impacto direto na diminuição da taxa de natalidade, o que inverte a pirâmide etária, com menos crianças e mais adultos.”
Para Prearo, o aumento no número de habitantes foi influenciado pela industrialização na última década.
Segundo dados do Inpes, Rio Grande das Serra ganhou duas grandes indústrias no período. As oportunidades de emprego e as obras básicas de revitalização urbana atraíram mais moradores.
Mesmo fenômeno ocorreu em Mauá, que viu o número de indústrias saltar de 400 para 747 em dez anos – crescimento de 87%. Em São Bernardo, o índice foi de 24% – a cidade registrou 317 novos empreendimentos.
“Observamos a consolidação dos bairros de periferia, com centros comerciais em ascensão. Moradias a baixo custo foram construídas, além de investimentos em saneamento e pavimentação. Isso inibe a migração e atrai habitantes”, sustentou.
Em São Caetano, o boom imobiliário justifica o aumento populacional, após longo período de estabilidade e até diminuição. Cidades que não registraram crescimento industrial significativo ou estão no limite da ocupação territorial tiveram aumento populacional discreto – como Diadema e Santo André – ou viram o número de habitantes diminuir – como em Ribeirão Pires.
Do Diário do Grande ABC