Por democracia plena

Diretor de Organização do Sindicato, Sérgio Nobre encabeça a chapa única que concorre na segunda fase da eleição, dias 22 e 23 deste mês. Ele fala dos desafios para a próxima gestão e pontua alguns compromissos da chapa.

Diretor de Organização do Sindicato, Sérgio Nobre encabeça a chapa única que concorre na segunda fase da eleição, dias 22 e 23 deste mês. Ele fala dos desafios para a próxima gestão e pontua alguns compromissos da chapa. Segundo ele, o direito de representação sindical é parte importante da democracia e um direito dos trabalhadores.

Dia-a-dia sindical

O ponto central da nossa
chapa é a valorização dos
salários e a melhoria nas
condições de trabalho. Com
a conjuntura favorável, de
crescimento econômico e
inflação baixa, precisamos
também avançar no social,
pautar temas que melhorem
as condições de vida dos
trabalhadores num sentido
mais amplo.

A próxima gestão

Um dos desafios da próxima
gestão é interferir na reforma
tributária e conquistar
uma nova tabela do imposto
de renda que desonere os salários.
Temos de questionar
também os juros bancários,
como fizemos com as tarifas.
Outro desafio é ninguém
sem carteira assinada em
nossa categoria. É preciso expandir
o programa Marmita
Zero, porque alimentação de
qualidade significa mais dignidade
ao trabalhador.

Organização

Temos o melhor modelo
de organização sindical
do Brasil. Mas, ele não pode
ficar restrito a nós, metalúrgicos.
Precisamos reproduzir
o modelo em mais e mais
categorias para modernizar
e democratizar a estrutura
sindical. A representação
sindical é um direito do trabalhador
que não pode ser
negado.

Relações de trabalho

Na maioria dos países
industrializados as empresas
convivem com os sindicatos.
Só no Brasil é que o patrão
é senhor absoluto do espaço dos locais de trabalho. A
negociação sobre tudo o que
se relaciona ao trabalho deve
ser vista como um direito e
não como um privilégio de
algumas categorias. Se nossa
luta é por democracia plena,
temos de entender que a prática
democrática deve começar
nos locais de trabalho.

Articulação internacional

Muitas decisões de empresas
não são tomadas no
Brasil e sim nas matrizes.
Isso nos impõe a necessidade
de articulação internacional
entre trabalhadores.
Redes e Comitês Mundiais,
como já temos em algumas
fábricas, são iniciativas nas
quais temos de jogar peso.
Precisamos capacitar nossa
militância para encarar esse
desafio.

Futuro da região

O que será do ABC
em 2020? Acredito que o
futuro da região deva ser
discutido a partir de agora.
O capitalismo é cíclico, vive
de altos e baixos. Sempre
participamos de fóruns e,
na maioria das vezes, para
discutir crises de produção
e emprego. Acho que podemos
nos antecipar, pensar a
região no atual ambiente de
crescimento. Discutir o ABC
é muito importante porque a
região tem grande influência
para o desenvolvimento do
País.

Papel das empresas

Responsabilidade social
é um termo em moda do
qual as empresas se apropriaram
para melhorar a
imagem.

Mas o que significa de
fato responsabilidade social?
Será que plantar árvores
num jardim, por exemplo,
uma empresa está de fato
comprometida com o social?
Antes de mais mais nada responsabilidade
social de uma
empresa deve ser o respeito
aos direitos do trabalhador,
envolvimento com as
comunidades na busca de
soluções a seus problemas,
proteção do meio ambiente
etc. É papel do Sindicato
pautar as empresas para discutir
esse tema.

Cultura

Confesso que o Sindicato
tem um débito com a
categoria nas questões da
produção e difusão da cultura.
Temos de potencializar a
produção cultural dos trabalhadores,
oferecendo espaço
e algum tipo de apoio. Esse
é também um mecanismo
importante que o Sindicato
pode desenvolver para
chegar às comunidades na
região.

Diversidade

Nosso olhar será especial
para setores da categoria
como os jovens, as mulheres,
os negros e as pessoas
com deficiência. Assumir
suas bandeiras é reconhecer
a riqueza de nossa diversidade
e apro