“Por esta noite, valeu a pena aceitar ser presidente do Sindicato”

“Minha mãe deixou uma herança. Nunca deixe de olhar outra pessoa nos olhos, nunca abaixe a cabeça, porque o dia em que você abaixar a cabeça nunca mais consegue levantar. É este legado que norteia minha vida. Não deixem de acreditar em vocês mesmos. Se o descrédito acontecer, aí você será um fracassado. E nós não nascemos para fracassar”.

Com essa mensagem de esperança, otimismo e confiança nos companheiros, Lula encerrou o ato realizado segunda-feira, na Sede, em homenagem a ele e aos diretores que há 30 anos tomaram posse no Sindicato. Seu agradecimento pela homenagem durou 45 minutos.

Sindicato me deu tudo

Ele comparou os dois anos que ocupa a Presidência da República com seus dois primeiros anos no comando da entidade.

“Este Sindicato me deu tudo que eu precisava para ser presidente do povo brasileiro, mas devo confessar que em Brasília é mais complicado. Aqui eu falava para uma categoria, lá eu falo para um milhão de categorias com interesses diferentes. Se não tiver jogo de cintura e paciência, não governo. Basta ver quantos presidentes brasileiros não terminaram o mandato”, afirmou Lula.

“Tenho clareza do que devo fazer pelo Brasil. Tanto que, quando terminar o mandato, volto para minha casa, que fica a 600 metros daqui, e de vez em quando venho ao Bar da Tia para comparar com os companheiros minhas realizações com o que os demais presidentes brasileiros fizeram. Tenho certeza que me sairei melhor que eles”, prosseguiu. 

Novas gerações

Lula lembrou aos jovens para não perderem de vista que devem continuar e aprofundar o legado que receberam.

“Os dirigentes daqui estão preparados para discutir reestruturação produtiva melhor que muito professor universitário. Esta tradição vocês precisam continuar”, disse.

“É uma tradição de democracia operária que muita gente fala, mas nem sabe o que é. Tanto que a oposição nunca venceu aqui apesar de não haver um processo eleitoral tão democrático”, acentuou.

Hoje eu estou bom

E confessou: “Vim preparado para chorar, mas não achei justo chorar pelo que falaram sobre meu passado, pois nele estão também muitos outros dirigentes, militantes e todos os companheiros anônimos sem os quais não teríamos construído este Sindicato. Por isto estou feliz, sem lágrimas, porque não precisamos mais de bonequinhos carrancudos dizendo hoje eu não estou bom. Ao contrário, agora fazemos tudo na boa, na base do hoje eu estou bom. Esta categoria tem bala na agulha”.