Por mais mães trabalhadoras felizes
Sindicato quer 80 mil assinaturas em abaixo-assinado que lançou para pressionar Congresso Nacional a votar projeto que estende às trabalhadoras brasileiras 180 dias de licença-maternidade
Ana Luiza com Eliana Pereira Lima de Souza, primeira companheira na Mahle a desfrutar da licença de seis meses.
Foto: Raquel Camargo / SMABC
O Sindicato quer recolher 80 mil subscrições ao abaixo-assinado que começou a passar pela base e enviar o documento ao Congresso Nacional.
“Queremos pressionar os parlamentares a votar o projeto já aprovado pelo Senado, que estende a licença-maternidade de 180 dias a todas as trabalhadoras brasileiras”, comenta Ana Nice Carvalho, diretora executiva e coordenadora da Comissão de Mulheres do Sindicato.
Ela lembra que parte da categoria já desfruta desta conquista, pois na Campanha Salarial do ano passado, as fábricas do Grupo 3 (autopeças, forjaria e parafusos) e fundições aderiram a licença maior.
“Vamos brigar este ano para que os outros grupos e as montadoras também assinem acordos de extensão da licença”, afirma Ana Nice.
A luta é fundamental para que mais companheiras passem pela experiência da auditora de produto acabado na Mahle Metal Leve, em São Bernardo, Eliana Pereira Lima de Souza. Ela foi a primeira trabalhadora em uma autopeça, após a Campanha Salarial de 2010, a desfrutar desta conquista.
No final do ano passado, aos 32 anos, ela realizou o sonho de ser mãe, ao dar a luz à menina Ana Luiza, hoje com oito meses de idade. “No oitavo mês de gravidez, soube que tinha direito a uma licença maior. Foi ótimo. Pude cuidar de minha filha com todo o carinho em seu início de vida”, conta a sorridente mãe de primeira viagem.
Quem também ficou feliz foi Dona Genelísia, mãe de Eliana e avó de Ana Luiza, que acompanhou todo o período da licença, mimando a filha e a netinha. “Ah, eu gostei muito, viu. Pude ficar mais tempo com as duas. É muito bom quando a família pode se reunir assim”, disse.
Projeto está parado no Congresso
A campanha Da licença, queremos 180 foi lançada no 2º Congresso das Mulheres Metalúrgicas, em março de 2010. Quatro meses depois, em 3 de agosto, o Senado aprovou um projeto que torna obrigatório os seis meses de licença em todo o Brasil.
Nesta terça-feira, porém, completou-se exatamente um ano que a matéria está engavetada no Congresso Nacional e não existe previsão para que seja votada.
Da Redação