Por que não uma meta de inflação tão baixa?
Inflação muito baixa não é bom para o Brasil. O Conselho Monetário Nacional deverá, em sua reunião de junho, fixar as metas de inflação em 4,5% para o ano que vem e 2007.
O leitor poderia perguntar: por que ser contra a idéia da inflação ficar em patamar baixo como este?
O problema é que o atual modelo impõe que toda a política econômica esteja arquitetada para atingir esta meta quase exclusiva.
Se a meta é baixa, mas as taxas de inflação a superam, ela é rigidamente combatida com a elevação dos juros, a redução da quantidade de dinheiro em circulação e o aperto do crédito.
A meta de 4,5% de inflação é incompatível com os diversos de-sequilíbrios de um País que deve discutir distribuição de renda. Por exemplo, é preciso que mais pessoas comprem leite e carne, sem que isto afete o nível de preços. Não é tarefa fácil.
Um outro exemplo são as tarifas públicas, hoje reajustadas pelos índices de preços fixados nos contratos e não metas.
A meta de 4,5% é tão apertada que em apenas dois anos de nossa história – 1946 e 1999 – por motivos muito específicos, o Brasil alcançou taxas inferiores.
É claro que somos a favor de inflação baixa. Mas discordamos do atual modelo de metas como único ou principal objetivo a ser alcançado.
Temos que ter pelo menos três metas:
– meta de inflação.
– meta de crescimento econômico.
– meta de distribuição de renda como, por exemplo, a elevação planejada do salário mínimo.
Se tivermos as três será melhor do que uma meta exclusiva de inflação de 4,5%, com produção retraída e sem distribuição de renda. O preferível seria uma meta de inflação, por exemplo, de 7%, com um crescimento econômico de 5% a 6% e uma elevação do salário mínimo de 8% em termos reais.
Subseções DIEESE CUT Nacional e Sindicato dos Metalúrgicos do ABC