Por redução de IPI, montadoras vão produzir com 60% de peças nacionais
A Anfavea (associação das montadoras) considera que 60% de peças nacionais nos veículos produzidos no Brasil é um índice plausível a ser adotado como contrapartida para a redução de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) até julho de 2016 anunciada ontem pelo governo federal.
A diminuição na alíquota, que varia de acordo com a motorização e o combustível, será definida após reuniões entre o setor e o governo, assim como o que será pedido em troca das empresas.
O presidente da entidade, Cledorvino Belini, não soube informar qual a média de nacionalização atualmente, alegando que o número varia de acordo com a montadora. Os acordos automotivos com o Mercosul e com o México preveem que esse patamar deve ficar em pelo menos 60%, mas considerando peças de quaisquer dos dois países.
Essa regra permite zerar o Imposto de Importação de 35% dos carros vindos desses locais. Por causa dessa desoneração, a Argentina lidera o ranking de importações, respondendo por 39,1% dos veículos que entraram no país no primeiro semestre, trazidos de outras fábricas das montadoras instaladas no Brasil. O volume era ainda maior no mesmo período do ano passado (51,7%). Nesse intervalo, a participação do México passou de 9,0% para 9,9%.
Questionado se o governo poderia zerar a alíquota de IPI, pelo menos em alguns produtos, o executivo descartou essa hipótese já que ele tem que “pagar as contas”, ressaltando que uma medida assim teria grande impacto nos cofres federais.
Atualmente, o percentual para automóveis, por exemplo, varia de 7%, para os modelos 1.0, a 25% para os que tem mais de 2.000 cilindradas e são movidos a gasolina.
Belini ressaltou várias vezes durante a coletiva de imprensa para divulgar os dados do setor que essa redução no tributo não será repassada ao consumidor pois o objetivo é que o dinheiro economizado com o pagamento do tributo seja reinvestido nas fábricas instaladas no país para elevar a competitividade.
A produção de veículos montados e o número de licenciamentos bateram recorde para meses de julho e no acumulado do ano.
Da Folha Online