Porque a Veja detesta o governo

Além do conservadorismo dos donos da Editora Abril, questões monetárias envolvem a campanha sistemática que a revista Veja, publicada pelo grupo, move contra o presidente Lula.

Desde que o governo federal adotou medidas saneadoras para regulamentar as regras de produção de livros didáticos nas escolas públicas, a  gráfica da Abril deixou de faturar R$ 40 milhões. E aumentou a campanha contra Lula.

O governo brasileiro é o maior comprador individual do mundo de livros didáticos. No ano que vem, vai comprar 102 milhões de exemplares para distribuição gratuita nas escolas públicas.

As novas normas que baixou diminuíram o poder de alguns grupos editoriais, entre eles a Abril, que até então destinavam grande parte da verba publicitária ao relacionamento entre seus representantes e os compradores de livros.

A mudança nas regras colocou na ilegalidade as práticas de marketing e divulgação da Abril e provocou queda em seu faturamento.

As duas editoras de livros didáticos da Abril – Ática e Scipione – ocupavam o primeiro e o quarto lugar entre as maiores fornecedoras, totalizando contratos de R$ 129 milhões. Com o fim dos excessos na divulgação, perderam 30% do mercado. Ambas vão faturar R$ 89 milhões – ou R$ 40 milhões a menos do que no ano passado.

Enquanto isso, os investimentos do governo federal em livros didáticos continua subindo. Se em 2004, gastou R$ 413 milhões; no ano que vem vai desembolsar R$ 458 milhões.  Isto significa que a Abril vai deixar de faturar algo em torno de R$ 60 milhões com o negócio.  Vem daí o crescimento da bronca com Lula.