Porsche compra Volks, que compra a Scania
A Porsche assumirá o controle da Volks, que vai adquirir dois terços do capital da Scania. As duas transações reformularam o setor automotivo mundial, e a Porsche passa a ser a principal montadora de caminhões do mundo.
A Volks anunciou que
vai pagar 4,4 bilhões de
dólares para adquirir dois
terços do capital da Scania,
ao mesmo tempo em que
o conselho da montadora
austríaca Porsche autorizou
a compra do controle
da Volks.
As duas transações reformularam
o setor automotivo
mundial, agora com
a Porsche controlando um
grupo avaliado em cerca de
230 bilhões de dólares e dono
da Audi, Volks, Bentley,
Lamborghini, Seat e Skoda
e das fábricas de caminhões
Scania e MAN.
Com essas aquisições,
mais a produção de caminhões
da própria Volks, a
Porsche passa a ser a principal
montadora de caminhões
do mundo.
Mega montadora – Todas essas movimentações
financeiras já haviam
sido motivo de especulação
por parte da imprensa e agora elas se concretizaram.
Para os trabalhadores,
isso pode trazer mudanças
na forma de administração e
nas relações de trabalho.
A Porsche é conhecida
no mercado como uma empresa
altamente voltada para
o resultado financeiro.
Prova disso é que ela,
com apenas duas fábricas
e 16 mil funcionários, está
comprando um grupo que
tem mais de 350 mil trabalhadores.
“Uma empresa com
essa linha de pensamento e
de administração é motivo
de preocupação por parte
dos trabalhadores”, disse
Valdir Freire, o Chalita,
vice-presidente do Comitê
Mundial dos Trabalhadores
na Volks.
Ele comentou que essas
aquisições já foram tema de
debates nas reuniões do Comitê
Mundial.
“A impressão que prevaleceu
entre os trabalhadores
é a preocupação com
o emprego e a transferência
de produtos que possam
ser impostos pela nova direção”,
comentou.
Chalita lembrou que,
em 2006, a posição da Porshe
no Conselho de Direção
da Volks era pelo fechamento
da fábrica Anchieta.
“Temos de ficar atentos
e continuar trabalhando a
solidariedade internacional
e nacional”, concluiu.
Reflexo – Na unidade da Scania
em São Bernardo, o coordenador
do SUR, Daniel
Calazans, tem procurado
a direção da empresa para
tratar do assunto.
“Mudanças sempre trazem
preocupação e queremos
obter o máximo de
informações sobre elas”,
disse.
Calazans afirmou ainda
que essas mudanças em
níveis internacionais têm
reflexos aqui no Brasil.
“Os trabalhadores devem
ficar preparados para
defender seus interesses”,
avisou ele.