Porsche será a marca mais afetada na disputa comercial entre Europa e China

Fabricante alemã concentra mais de 25% de suas vendas globais no lucrativo mercado chinês

A disputa comercial travada entre a União Europeia e a China deverá gerar consequências graves para fabricantes europeias fortemente dependentes do mercado asiático. A Europa, como já anunciado, planeja taxar carros elétricos chineses em até 38,1% e o governo de Pequim, em retaliação, já sinalizou que deverá aumentar significativamente as tarifas que cobra sobre a importação de modelos europeus de luxo vendidos no país.

As contra-tarifas chinesas preocupam fortemente executivos de grandes marcas premium da Europa e já acenderam sinal de alerta na maioria das empresas. Fabricantes alemãs são justamente as mais afetadas e a Porsche, nesse contexto, sofrerá as principais consequências. A marca de Stuttgart concentra mais de 25% de suas vendas totais na China e, ao contrário das demais, não tem fábrica no país para tentar contornar a situação.

A Mercedes-Benz tem a China como seu maior mercado global (36% das vendas totais em 2023), mas produz localmente pelo menos 80% dos carros que vende. É o caso das linhas Classe A, Classe E e Classe C. Ainda assim, seria diretamente afetada pela sobretaxação chinesa por importar modelos mais caros, como GLE, GLC, Classe G, Classe S e Maybach.

A BMW produz na China quase 90% dos carros que oferta localmente, mas ainda assim importa modelos como i4, Série 5 e Série 7, que seriam diretamente sobretaxados. A produção local é tocada por parceiras como GWM (que produz o Mini Cooper elétrico) e Brilliance. Já Audi e Volkswagen seriam as menos afetadas, pois importam para o mercado chinês apenas 8% e 2,5%, respectivamente, do que vendem por lá.

Do Automotive News