Pós-verdade

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Foto: Divulgação

Pós-verdade é um termo novo, inventado para explicar uma situação que vivemos há alguns anos: a verdade existe, mas o que se toma como correto é seu contraposto.

Não é dizer que na verdade é furto quando a pessoa rouba uma bala do mercado. É muito pior que isso.

As pessoas estão abandonando a TV aberta, que virou uma roleta de canais religiosos ou de mundo cão. Com isso, se informam com o telefone celular.

Nesses aparelhos, grupos de pessoas que nunca se viram (e não vão se ver) aceitam como verdade qualquer (!) informação que lá seja feita, o “furo” jornalístico agora é na rede social.

Há um século atrás, a epidemia era de gripe espanhola. Bastou um “influencer” soltar uma nota em um jornal e vários copiaram (igualzinho a hoje) e o quinino, remédio para malária da época, começou a ser usado PREVENTIVAMENTE, contra a gripe.

E o modus operandi de lá foi igual ao atual: subnotificar os casos, negar a pandemia, inventar tratamentos.

Uma parte dessa gente que pensa assim é médico. Alguns, sentam-se no Conselho Federal de Medicina, que fez uma consulta “para entender a percepção dos médicos brasileiros” acerca da vacinação das crianças de 6 meses a menos de 5 anos.

Criticado abertamente pela Sociedade Brasileira de Imunizações, Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e amplamente por parte da mídia não golpista, logo expediram nota para reiterar que é para “entender a percepção dos médicos sobre a vacina”.

Não existe percepção sobre vacina. Funciona ou não. E vacina só funciona para uma população se todos tomarem. Canalhas como estes estão em toda parte, cabe a nós combatermos essa nova “pós-verdade”.

Departamento de Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente