Prazer e sofrimento no trabalho
Pesquisas realizadas apontam a organização do trabalho, reflexo do sistema produtivo num contexto sócio-cultural e econômico, como um dos fatores de sofrimento no trabalho.
O trabalho como fonte de prazer
O prazer pode ser uma das principais razões pelas quais o trabalho se torna tão importante na vida das pessoas e faz com que elas não percam o desejo de continuar produzindo. Além disso, o trabalho é uma oportunidade de realização e de identidade para a autoconstrução do indivíduo psíquico e social.
O ato de produzir permite o reconhecimento de si próprio como alguém que existe e tem importância para si e para a sociedade, transformando o trabalho em um meio de estruturação psíquica do ser humano.
Condições de trabalho são o diferencial
As condições nas quais o trabalho é realizado pode transformá-lo em algo penoso e doloroso, levando ao sofrimento. Esse sofrimento decorre do confronto entre o imaginário e a realidade de falta de liberdade e de autonomia do trabalhador num processo de produção. Esse processo visa a acumulação capitalista e envolve, entre outras coisas, as exigências de crescente produtividade e a relação trabalho, emprego, subemprego e desemprego.
Equilíbrio é fundamental
O trabalho pode ser uma fonte de prazer e sofrimento. A postura do trabalhador na busca do prazer e na recusa do sofrimento é nada mais que a busca da manutenção do equilíbrio, responsável pela saúde psíquica.
A falta de autonomia e liberdade faz com que fatores de sofrimento se apresentem como um prato indigesto que, se vomitado, azeda tudo em volta e, se engolido, azeda tudo dentro. Adoecemos quando perdemos as condições de manter esse equilíbrio.
Departamento de Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente