Precarização em direitos. O programa de Alckmin à Presidência

O candidato defende uma reforma trabalhista radical e a retomada das negociações da Área de Livre Comércio das Américas, a ALCA.

Pelo que Geraldo Alckmin já adiantou sobre seu programa na Presidência da República, os trabalhadores vão ter que brigar muito para que ele não seja eleito pois o governador de São Paulo está mais à direita que Fernando Henrique Cardoso.

Alckmin defende uma reforma trabalhista radical, com corte de encargos e direitos; privatização de todos os bancos estaduais; adoção da política do déficite nominal zero; redução de despesas obrigatórias em áreas sociais e de infra-estrutura como saúde e educação; desvinculação da Previdência com o salário mínimo; menor peso ao Mercosul; e retomada das negociações da Área de Livre Comércio das Américas (Alca).

Ele vem discutindo há algum tempo a aplicação concreta destes princípios com um grupo que já recebeu o apelido de “República dos Bandeirantes” porque a maioria é de São Paulo e na sua maior parte ex-assessores de FHC (leia acima).

Alckmin pretende também retomar a política de privatizações de FHC e citou os bancos estaduais entre suas prioridades. “A maioria já foi privatizado, mas deveriam ser todos. Tem muita coisa que se pode avançar, tem muita coisa que se pode privatizar”, disse.

Na política externa, ele critica a proximidade de Lula com o governo de Hugo Chávez, da Venezuela, e defende a retomada das negociações da Alca com os EUA.

Conheça os principais interlocutores de Alckmin:

Luiz Carlos Mendonça de Barros – Ex-presidente do BNDES e ex-ministro de FHC, é o homem forte do grupo. Foi o principal responsável pelos maiores escândalos nas privatizações de FHC. Coordena o programa de governo tucano.

José Pastore – Quer uma reforma trabalhista radical, com corte de encargos e direitos, fim da obrigatoriedade do abono de férias e do pagamento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).

Raul Veloso – Defende a redução de despesas obrigatórias em áreas como saúde e educação. É contra aumento real no salário mínimo e nos vencimentos dos aposentados. Quer privatizar a Previdência.

Yoshiaki Nakano – É pelo uso da arrecadação para pagar despesas do governo. Também defende o corte de verbas das áreas sociais e de infra-estrutura.

Roberto Giannetti da Fonseca – Secretário executivo da Câmara de Comércio Exterior sob FHC. Não aceita o Mercosul. Prefere acordos comerciais com a Alca.

Xico Graziano – presidente do Incra com FHC e ex-secretário da Agricultura de São Paulo. Inimigo declarado do MST. Quer o campo voltado exclusivamente para o agronegócio.

Armínio Fraga – presidente do Banco Central sob FHC, é homem de confiança dos grandes especuladores internacionais.

Arnaldo Madeira – ex-líder de FHC na Câmara, atual secretário da Casa Civil de São Paulo e inimigo declarado do PT.

Sérgio Amaral – Ministro do Desenvolvimento e porta-voz da Presidência da República durante FHC.

Paulo Renato de Souza – ministro da Educação de FHC.

Pastore, um inimigo dos trabalhadores

O sociólogo José Pastore é a pessoa escolhida por Alckmin para fazer o serviço sujo da reforma sindical e trabalhista que o governador de São Paulo quer realizar se for eleito presidente da República.

Pastore é definido como sendo de direita até por seus colegas neoliberais. Assessor da Fiesp e de grupos patronais, já revelou que deseja uma reforma trabalhista radical, com corte de encargos e direitos, como o fim da obrigatoriedade do abono de férias, da Previdência Social e do pagamento do FGTS, entre outros.

Pastore é velho conhecido da categoria como inimigo dos trabalhadores. Durante os anos FHC, foi ele que descobriu que se for eliminado o artigo 618 da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) abre-se o caminho para a flexibilização total dos direitos trabalhista