Precisamos de um executivo atento, sensível e parceiro das demandas dos trabalhadores

O diretor Administrati­vo do Sindicato, Moi­sés Selerges, fez um alerta aos metalúrgicos do ABC depois que analisou estudo realizado pelo Departa­mento Intersindical de Asses­soria Parlamentar, o Diap, que aponta o Congresso eleito este ano como o mais conservador desde 1964.

“Se já tínhamos que lutar muito para nos defender das iniciativas contra os trabalha­dores vindas do Congresso que está encerrando o man­dato agora, daqui para à frente precisaremos de muito mais unidade e mobilização para enfrentar o que vem por aí”, disse Moisés.

“Este é mais um dos mo­tivos que as eleições para a Presidência da República ga­nharam uma importância ainda maior”, prosseguiu.

“Mais do que nunca, é neces­sário que tenhamos um exe­cutivo a favor, atento, sensível e parceiro das demandas dos trabalhadores para contraba­lançar o poder do novo Con­gresso”, afirmou o dirigente.

“A vida da companheirada já será difícil com este Con­gresso conservador. Se ele estiver aliado a um presidente da República que também é conservador e contrário ao projeto dos trabalhadores, podemos ter recessão e desemprego pela frente”, destacou Moisés. “Por isto aumentou a importância do voto no próximo domingo”, afirmou.

De acordo com o Diap, o aumento do número de deputados militares, religiosos, ruralistas e de outros segmentos conservadores refletem um Congresso ainda mais conservador, que não acompanhará o projeto dos trabalhadores.

“O resultado das eleições também significa que o debate sobre a Reforma Política não será feito por parlamentares com esse perfil”, lembrou o diretor.

“O debate sobre o financiamento público de campanha, por exemplo, que evitaria a enorme influência que o poder econômico exerce sobre as eleições, não será feito”, lamentou Moisés.

“Para se ter uma ideia do que isso significa, a bancada ruralista, dos grandes pro¬prietários de terra, é maior que a bancada dos trabalhadores”, comparou.

Segundo ele, essa é a prova que a Câmara dos Deputados não representa a sociedade e que isso poderia ser corrigido por meio de uma Reforma Política.

“A participação de quase 8 milhões de pessoas no plebiscito por uma constituinte exclusiva para debater a Reforma Política, realizado durante a semana da pátria, é a resposta diante da impossibilidade de fazer isso com um Congresso tão conservador”, destacou.

Mais de quatro mil cidades, de todo o Brasil, receberam as 40 mil urnas destinadas à votação popular.

Da Redação