Preço do aço contrapõe montadoras e siderúrgicas

Siderúrgicas começam a repassar os aumentos de matéria-prima, mas as montadoras resistem a aceitar elevações

Siderúrgicas e montadoras acirram a queda-de-braço para definir percentuais de aumento do aço. Pressionadas pela majoração do minério de ferro e do carvão, que representam 50% dos custos do aço, siderúrgicas começam a repassar os aumentos de sua matéria-prima, mas as montadoras resistem a aceitar essas elevações. Segundo o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) e presidente da Fiat Automóveis, Cledorvino Belini, as montadoras já estão “brigando, ou melhor, conversando, sobre os patamares de preço que serão aplicados ao aço”.

Belini afirma que o aço representa 30% do custo do carro, pois há perdas no processo que exigem o uso adicional de aço. “Quando estampamos uma porta, temos de fazer, por exemplo, um buraco para janela, o que acaba gerando perdas no processo”, diz o presidente da entidade, e acrescenta: “Claro que recuperamos uma parte dessas perdas, mas elas existem”.

Para o Instituto Aço Brasil, que reúne associados como ArcelorMittal, CSN, Gerdau, Usiminas, Aços Villares, Sinobras e V&M, é impossível não repassar os reajustes do minério, pois eles vêm onerando a produção do aço. “O sistema adotado por nossos fornecedores é preocupante, por isso estamos em plena negociação com nossos clientes, o que gera rodadas de conversas que desgastam toda a cadeia produtiva”, afirma o presidente executivo do instituto, Marco Polo de Mello Lopes. Para Belini, da Anfavea esses aumentos não são desejáveis, e a possibilidade da importação do produto como saída para os aumentos é uma solução que depende de cada montadora.

O setor automotivo representa 25,5% dos negócios das siderúrgicas. Bens de capital, com 20,9% e construção, com 33%, formam o principal tripé sobre o qual o setor se sustenta.

A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) alicerçou a recuperação do setor automotivo e favoreceu os negócios das siderúrgicas, que sofreram forte impacto com a crise global iniciada no final de 2008. “A situação atual é diferente, o mercado interno está mais forte”, explica Mello.

O Instituto Aço Brasil afirma que não há possibilidade de o produto criar inflação por demanda, já que há sobra de aço no mercado. De acordo com o instituto, a capacidade instalada de produção de aço bruto das siderúrgicas em 2010, no Brasil, é de 48,5 milhões de toneladas. A demanda interna prevista é de 25,4 milhões de toneladas, gerando uma sobra de 23,1 milhões de toneladas.

Gol e Astra
Para o instituto, o impacto do aço na composição dos carros é menor do que as montadoras alardeiam. “A entidade contratou o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), ligado à Universidade de São Paulo, para mensurar o uso do aço em dois modelos de carros nacionais – Astra e Gol – e a conclusão foi que o primeiro usa 6,03% do metal, enquanto o segundo, 8,28%”, conta Mello.

O setor automobilístico produziu em maio 309.629 veículos, uma alta de 6,6% em relação a abril e crescimento de 14,9% na comparação com maio do ano passado, informou ontem a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). No acumulado de janeiro a maio deste ano, foram produzidos 1.433.933 veículos.

Siderúrgicas e montadoras travam queda-de-braço para definir percentuais de aumento do aço. Pressionadas pela alta do minério de ferro e do carvão, que representam 50% dos custos do aço, siderúrgicas começam a repassar os aumentos de sua matéria-prima, mas as montadoras resistem a aceitar o aumento.

De acordo com o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) e da Fiat Automóveis, Cledorvino Belini, as montadoras já estão “brigando, ou melhor, conversando, sobre os patamares de preço a ser aplicado ao aço”. Belini afirma que o aço representa 30% do custo do carro, pois há perdas no processo que exigem o uso adicional de metal. Já para as siderúrgicas, o peso do aço no valor de venda de um veículo Gol, da Volkswagen é de 8,28%. A equação começa a se complicar quando as montadoras afirmam que é difícil evitar perdas no processo. “Quando estampamos uma porta, temos de fazer, por exemplo, um buraco para a janela, o que acaba gerando perdas no processo”, diz o presidente da Anfavea: “Claro que recuperamos uma parte dessas perdas, mas elas existem”.

Para o Instituto Aço Brasil, que reúneArcelorMittal, CSN, Gerdau, Usiminas, Aços Villares, Sinobras e V&M, é impossível não repassar os reajustes do minério, pois eles vêm onerando a produção. “Mas o aço não criará inflação, pois sobra capacidade na indústria”, garante a entidade.

Do DCI