Preconceito, aqui não!
Zezinho Prado assume Coletivo GLBT da CUT, por uma sociedade sem preconceito, com a eliminação de toda forma de discriminação
Zezinho (à esquerda) durante atividade da CNTEHistoricamente, a população GLBT sofre com o preconceito e discriminação que se manifesta de diversas formas. Seja pela homofobia que se concretiza na violência física ou moral, mas sempre limitadora do exercício dos direitos de todos os cidadãos, seja pela negação do reconhecimento à diversidade sexual, quando restrita a uma compreensão binária e naturalizante de gênero, apartando desta forma todos os cidadãos que vivenciam suas identidades de gênero a partir de uma forma distinta das normas dominantes.
Foi neste contexto que surgiram as primeiras manifestações de organização em torno do tema nas estruturas da Central Única dos Trabalhadores, mais especificamente na CUT São Paulo, agregando diversas categorias profissionais em torno de questões que careciam de um debate mais aprofundado no movimento sindical. Com a lógica estabelecida, era o momento de ganhar novas fronteiras. E foi exatamente isso o que ocorreu no 10º CONCUT, com a criação do Coletivo Nacional de Diversidade Sexual (GLBT) da Central Única dos Trabalhadores, tendo como coordenador o falecido e saudoso companheiro Fernando Schüller. Formado em história pela USP, Fernando era professor do ensino médio da escola estadual Carlos de Laet e diretor do colégio Alfredo Inácio Trindade. Militante dos coletivos GLBT da CUT, Apeoesp e PT, foi um incansável defensor das causas humanas. Faleceu no final de maio, vítima de complicações de uma pneumonia. Mas seu legado e suas lutas continuarão vivos, seja no Coletivo Nacional da CUT ou na luta cotidiana por uma sociedade sem preconceitos, com a eliminação de toda forma de discriminação.
“Seu legado nos deixa tarefas que estão na “ordem do dia”, garantindo a cidadania de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais e, como objetivos, propor diretrizes para a implementação de políticas públicas em busca de um mundo sem homofobia”, ratifica José Carlos Bueno do Prado, conhecido no meio sindical como Zezinho Prado, que possui uma tarefa importante pela frente, que é a dar continuidade às lutas iniciadas pelo companheiro Fernando Schüller, assumindo a coordenação do Coletivo Nacional GLBT da CUT.
“Como novo coordenador nacional deste legítimo coletivo da CUT, me coloco à disposição para a manutenção desta luta, insistindo sempre em padrões sociais que contemplem as necessidades e direitos GLBTs”, relata Zezinho.
Para ele, as prioridades do Coletivo vão no sentindo da Criação de Coletivos GLBTs em todas as CUT Estaduais, garantia da estrutura para funcionamento e manutenção do Coletivo Nacional. promoção da saúde integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, humanizando e qualificando a atenção em todos os níveis, tendo como missão a redução das iniqüidades em saúde, o combate ao preconceito e à discriminação no Sistema Único de Saúde e inclusão da temática orientação sexual e identidade de gênero de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais nos processos de educação permanente para os trabalhadores da saúde, para conselheiros e lideranças sociais voltados ao controle social.
“Por mais que se tenha avançado em qualquer debate que busque relações equânimes entre os diversos segmentos da sociedade, a perseverança sempre será baseada na importância da dignidade inerente e a igualdade e inalienabilidade dos direitos de todos os seres humanos como base da liberdade e da justiça social”, finaliza o novo coordenador do Coletivo Nacional GLBT da CUT.
Além de coordenador do Coletivo, Zezinho é secretário-geral da AFUSE (Sindicato dos Funcionários e Servidores da Educação do Estado de São Paulo) e membro da direção executiva da CNTE.
Do Portal da CUT Nacional