Preços da cesta básica aumentam e salário mínimo ideal seria de R$ 6.458,86, aponta Dieese
Em outubro o trabalhador remunerado pelo salário mínimo comprometeu 58,78% da sua renda líquida para comprar os alimentos básicos
O preço médio da cesta básica aumentou, em outubro, em 12 das 17 capitais pesquisadas pelo Dieese. No ano e em 12 meses, a alta é generalizada. Na cidade de São Paulo, a cesta básica apresentou aumento de 1,53% em relação a setembro, a segunda mais cara, com valor de R$ 762,20. Em comparação com outubro de 2021, a cesta aumentou 9,86%. Na variação acumulada ao longo do ano, a elevação foi de 10,38%.
Salário mínimo
Com base no maior valor apurado da cesta básica, em Porto Alegre (R$ 768,82), o Dieese calculou em R$ 6.458,86 o salário mínimo para as despesas básicas de uma família com quatro integrantes. O valor corresponde a 5,33 vezes o piso nacional (R$ 1.212). Essa proporção era de 5,20 vezes em setembro e 5,35 há um ano.
Com isso, o trabalhador remunerado pelo salário mínimo comprometeu 58,78% da renda líquida para comprar os alimentos básicos. Considerando o salário mínimo líquido, após o desconto de 7,5% da Previdência Social, o mesmo trabalhador precisou comprometer, em outubro de 2022, 67,99% da remuneração para adquirir os produtos da cesta básica, que é suficiente para alimentar um adulto durante um mês.
Sem valorização do salário mínimo
O secretário-geral do Sindicato, Claudionor Vieira, destaca que os brasileiros e as brasileiras vêm sentindo o impacto dos preços no dia a dia, reflexo da falta de controle da inflação e de o governo atual ter acabado com a política de valorização do salário mínimo.
“Além da falta de políticas para conter a inflação, em quase quatro anos esse governo não teve a sensibilidade de pensar nas dificuldades do povo nem a responsabilidade de repassar as perdas com a inflação no salário mínimo”, afirmou.
“Portanto, sem nem um centavo sequer de aumento no salário mínimo, o povo tem perdido poder de compra e isso reflete muito no consumo das famílias. Os trabalhadores e as trabalhadoras estão sofrendo na pele a alta dos preços, com aumento da fome e da insegurança alimentar no país”, completou o dirigente.
Produtos mais caros
Entre os produtos, o preço da batata subiu em todas as cidades da região Centro-Sul, onde é pesquisada. Já o do tomate aumentou em 13 das 17 capitais. O pão francês teve alta em 12. De setembro para outubro, entre os 13 produtos que compõem a cesta básica, seis tiveram aumento nos preços médios, na comparação com o mês anterior.
Gasolina
O preço da gasolina subiu nos postos de abastecimento de todo o país pela quarta semana seguida, segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). Na semana de 30 de outubro a 5 de novembro, a gasolina teve alta de 1,4%, chegando a um preço médio de R$ 4,98 por litro, ante R$ 4,91 da semana anterior. O aumento vem apesar de a Petrobras manter o preço do combustível congelado há 66 dias.